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16 de abril de 2024 | 3:24
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© Marcello Casal JrAgência Brasil
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Auxílio emergencial tem foco nos mais necessitados, diz Ipea

Análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de parte dos dados apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – Covid-19, do IBGE, conclui que o auxílio emergencial conseguiu atingir a população mais exposta às consequências econômicas da pandemia da covid-19.

O auxílio é um benefício do governo no valor de R$ 600 (que pode chegar a R$ 1.200 para mulheres chefes de família) destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados e tem por objetivo fornecer proteção emergencial no enfrentamento à crise causada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).

“Chegou em proporção significativa dessas populações. Os dados mostram que o programa está bem focalizado”, aponta Marco Cavalcanti, diretor-adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea. Conforme a análise, 38,7% dos domicílios do país (26,3 milhões em números absolutos) tiveram acesso ao benefício pago desde abril.

Segundo o Ipea, o valor médio do auxílio emergencial recebido pelos domicílios brasileiros foi de R$ 846,50. Oito de cada dez domicílios que tiveram acesso ao benefício possuíam renda domiciliar per capita de até R$ 832,65, “ou seja, renda inferior ao benefício obtido”, sublinha o documento.

“O auxílio emergencial chegou prioritariamente, como se esperaria, nos grupos que seriam de fato o público-alvo do programa: as pessoas que trabalham por conta própria, os informais, pessoas que têm menor estabilidade no emprego e que moram em domicílios com renda mais baixa”, detalha Cavalcanti.

O estudo do Ipea, com base nos dados do IBGE, dividiu a população em dez grupos de domicílios, conforme a renda domiciliar per capita. No grupo de renda mais baixa, de renda per capita média de R$ 238,03, a participação do auxílio emergencial na composição da renda domiciliar em maio foi de 95,5%.

A importância decresce conforme a elevação da renda domiciliar per capita. No segundo grupo, de renda domiciliar per capita média de R$ 352.85, a participação foi de 58,6%. E no terceiro grupo, de renda domiciliar per capita média de R$ 453,69, a proporção foi de 34,8%.

Além do peso na composição das rendas nos domicílios, o Ipea assinala que o auxílio emergencial atingiu em maior proporção as residências com rendas inferiores. “Na análise de domicílios por decil de renda per capita, verifica-se que 72% dos lares no decil de renda mais baixo obtiveram o benefício. Essa proporção sobe para 81% no decil seguinte e vai recuando gradualmente até chegar a 5% no decil de maior renda”, observa a Carta de Conjuntura do instituto que publica a análise.

O documento ainda aponta que os impactos variam conforme a região e a situação de ocupação dos beneficiários. O valor médio do benefício “correspondeu a 44,6% do rendimento médio dos ocupados, a 77,5% do rendimento médio dos trabalhadores por conta própria, e foi 21,2% superior ao rendimento médio do trabalhador doméstico.”

Entre as regiões, no Nordeste e no Norte, o efeito do auxílio foi “ainda mais significativo, não apenas porque o valor desse benefício emergencial foi maior nessas regiões, mas também porque nessas localidades a média de rendimentos é menor.”

Edição: Aline Leal

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