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19 de abril de 2024 | 7:31
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É hora de virar o jogo!

A esperança virou uma longa espera, e pelo horizonte que estamos vislumbrando não vai mudar tão cedo. A segregação social é um fato consumado no Brasil, pois os que enriqueceram com a escravidão, exploração e o sofrimento de outros seres humanos, nunca aceitaram e nem permitiram que uma Nação surgisse abaixo da Linha do Equador. A espoliação dos pobres através da desinformação e ignorância fecha as portas da cida­dania. E como historicamente tudo sempre esteve dominado, a ideia da classe dominante se sobrepõe a qualquer ideia que leve a classe subalterna a ter consciência e se rebelar contra a opressão – preferem sonhar em ocupar um lugar ao lado do opressor.

A pirâmide social brasileira foi alicerçada na cabeça e nas costas dos pobres, que são majoritariamente negros, que assu­mem todos os deveres, mas sem os direitos correspondentes, apesar de estarem garantidos na Carta Magna. O caput do artigo 5º da nossa Constituição diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, no entanto há uma máxima que só acontece no Brasil, que diz: “tem lei que pega, e lei que não pega”, e a maioria se conforma, e não exige que se cumpra a lei.

A democracia brasileira se espelha na antiga democracia ateniense, em que só era considerado cidadão os homens gregos e li­vres, uma democracia da minoria. No Brasil este tipo de democracia se alicerçou, criando um País desigual e preconceituoso, e mesmo tendo construído uma Constituição chamada cidadã não consegue fazer com que a letra da lei seja praticada para libertar a população pobre do sofrimento secular. A desigualdade social sempre foi uma marca na sociedade brasileira, onde os bilionários que são os donos do poder conseguem manter tudo como sempre foi indicando seus representantes para os legislativos e executivos, induzindo o voto da população, principalmente dos pobres, que elegem de dois em dois anos os pupilos indicados pelo topo da pirâmide.

E essa marca da descriminação, preconceito e racismo, que o Brasil conserva há séculos desde a chegada dos invasores em um mundo que chamaram de Novo Continente. E esse modo de tratar os que eles consideram inferiores fica explícito na discrepância de como os ricos se locomovem, e a precariedade dos transportes coletivos, que atende a população pobre, que nos horários de pico viajam compactados, e para otimizar o espaço alguns motoristas dão uma freada brusca para ajeitar a carga, e assim caber mais gente. No entanto este péssimo serviço que a população pobre recebe, gera lucros fabulosos para os donos das empresas, havia um magnata dos transportes públicos que encheu as burras ex­plorando estes serviços – ele dizia que só banco dava mais lucro do que o transporte público nos centros urbanos.

Ribeirão Preto que ostenta a magnitude de ser uma cidade rica e tradicionalista segue o velho modelo segregacionista, que não vê a população pobre como alguém com direito a ter um transporte co­letivo de qualidade, como determina a nossa Carta Magna. A cada nova administração o serviço só piora. Já fomos uma cidade que flertava com a modernidade quando tínhamos os ônibus elétricos, no entanto o PSDB acabou com este serviço, com o argumento tacanho, dizendo que o ônibus elétrico estava superado, e de lambuja acabaram com todos os terminais urbanos – coisas da modernidade que a mente desta gente gloriosa nos impôs.

O consórcio que manda no transporte coletivo alega prejuí­zos com o serviço, e exige que a prefeitura subsidie, alegando que o número de passageiros vem caindo ao longo do tempo. Acon­tece que o serviço é de péssima qualidade, e só quem não tem outra opção utiliza o mesmo. A população pobre precisa acordar, e não aceitar mais essa política criminosa, que os obriga a pagar duas vezes por um serviço que não atende as suas necessidades!!

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