Tribuna Ribeirão
Cultura

Jacque Falcheti faz tributo a Noel Rosa

Nesta sexta-feira, 18 de setembro, será lançado em todas as plataformas digitais o primeiro single do novo trabalho da cantora Jacque Falcheti junto ao trio Retrato Brasileiro, em homenagem aos 110 anos do compositor Noel Rosa. “Minha Viola” faz parte do disco gravado final do ano passado pela Experi­mental da Fatec de Tatuí, que sai ainda este ano.

“Minha Viola” é uma re­leitura do compositor com uma formação inédita de voz, vibrafone, guitarra e contra­baixo e um arranjo minima­lista. Jacque Falcheti tem dois CD’s lançados, carreira inter­nacional passando pela Euro­pa, África e América Latina, oito Estados do Brasil e já foi premiada em editais impor­tantes de cultura. Também é produtora musical.

O compositor, cantor e violonista Noel Rosa (1910- 1937) foi um dos mais im­portantes artistas da história da música popular brasilei­ra. Em pouco tempo de vida compôs mais de 300 músicas, entre sambas, marchinhas e canções. Entre suas músi­cas destacam-se “Com que roupa”, seu primeiro suces­so, “Conversa de botequim”, “Feitiço da Vila” e “Fita ama­rela”. Ficou conhecido como “O Poeta da Vila”.

Noel Medeiros Rosa nas­ceu no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro, em 11 de de­zembro de 1910. Em 1929, junto com os músicos Almi­rante, Braguinha, Alvinho, Henrique Brito e Henrique Domingos formou o con­junto Bando de Tangarás. Ainda em 1929, gravaram o primeiro disco, inicialmente influenciado pela música ser­taneja. O conjunto fez grande sucesso apresentando-se em rádios, cinemas e teatros.

Em 1931, Noel entrou para a faculdade de medicina, mas no ano seguinte já não fre­quentava mais as aulas. Ainda estudante, gravou mais de 20 músicas. A partir de “Com que roupa?” Noel já não pertencia mais ao grupo. A música foi seu primeiro sucesso. Escrito em 1930 e gravado no mes­mo ano, o samba estourou no carnaval de 1931.

Era o primeiro samba, mas já estavam presentes as características de toda a obra: o humor, a ironia, as rimas surpreendentes, a música brejeira. Em 1932, Noel Rosa trabalhou como contra re­gra no programa de Ademar Casé, na Rádio Philips. Noel também cantava, apesar de sua voz fraca, no tempo dos vozeirões de Francisco Alves e Vicente Celestino.

Em 1935 passou a tra­balhar na Rádio Clube do Brasil, fazendo o programa humorístico “Conversa de Esquina”. Fez também re­vistas radiofônicas, sempre parodiando composições po­pulares, inclusive de sua au­toria. Conhecido e admirado por todos que faziam música popular, Noel era requisitado para parcerias e convidado para participar dos mais di­versos conjuntos.

O samba “O orvalho vem caindo”, em parceria com Kid Pepe, foi gravado por Al­mirante em 3 de novembro de 1933 e tornou-se gran­de sucesso no carnaval de 1934. Almirante interpretou a música, com sua voz cheia, acompanhado pelo conjunto Diabos do Céu, organizado por Pixinguinha.

Em 1934, Noel Rosa ca­sou-se com Lindaura. Um dia, ela declarou independên­cia e resolveu trabalhar fora. O artista ficou uma fera e res­pondeu com um samba, “Você vai se quiser”, como era de seu feitio – “…não vá dizer depois/ que você não tem vestido/e o jantar não dá para dois…”

Acometido de tubercu­lose, em 1935, foi para Belo Horizonte para tratamento de saúde. Na volta para o Rio de Janeiro, havia muito trabalho para fazer. Achando-se curado, retornou à boemia. Surgiram os primeiro filmes musicais brasileiros, produzidos pelo americano W. Downey. Em “Alô, Alô, Carnaval”, lançado em fevereiro de 1936, estavam incluídas duas de suas músicas: “Não resta a menor dúvida” e “Palpite infeliz”.

Em busca de ares de ser­ra, viajou para Nova Friburgo (RJ), mas sua saúde piorava sensivelmente. Morreu em sua casa na rua Teodorico da Silva nº 392, em Vila Isabel, em 4 de maio de 1937. Em 2010, a Escola de Samba Uni­dos da Vila Isabel, apresentou o enredo do carnaval com o samba “Noel: a presença do Poeta da Vila”, de autoria de Martinho da Vila.

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