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29 de março de 2024 | 2:45
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Jovens e ansiedade, os efeitos da pandemia

Controlar a ansiedade du­rante o isolamento social se tornou um grande desafio em meio às incertezas e insegu­ranças causadas pela pande­mia do novo coronavírus. No caso de crianças e adolescen­tes, a situação pode ser ainda pouco pior. A perda da roti­na, o fechamento de escolas e shoppings, o cancelamento de provas e o isolamento so­cial podem causar algum im­pacto negativo nos jovens.

De acordo com o psicó­logo Marcelo Filipecki, fami­liares e responsáveis devem ficar atentos aos sintomas tí­picos da depressão, principal­mente, neste momento. Caso o jovem apresente sensação de inutilidade, perda de inte­resses e prazeres, dificuldade de concentração e sono per­turbado, é preciso recorrer a um tratamento psicoterápico e, por vezes, medicamentos.

Perda da rotina, o fechamento de escolas e shoppings, o cancelamento de provas e o isolamento social podem vir a causar algum impacto negativo nos jovens

Caso contrário, se o estu­dante estiver apenas com di­ficuldade em retomar à roti­na de estudos, Filipecki alerta para a necessidade de traçar estratégias com o auxílio de um profissional.

“Os estudantes devem perceber se tais dificulda­des (em relação aos estudos) se relacionam às situações como problemas com cum­primento de rotinas. É mui­to importante, pelo menos, tentar reproduzir, de modo mais próximo possível, em termos funcionais, a rotina anterior a esse período de isolamento”, disse.

Produtividade na quarentena
O psicólogo explica, ain­da, que a noção de produ­tividade é muito relativa, variando de acordo com cri­térios e requisitos do próprio indivíduo.

Aos jovens que se compa­ram com outros e acreditam não estarem sendo produ­tivos durante o isolamento social, Filipecki alerta para as seguintes análises: se os crité­rios não estão sendo ideali­zados demais; se o indivíduo está se organizando para isso; e se o que ele entende por produtividade é possível na prática, neste momento.

“É preciso perceber e ava­liar se o que deseja produzir é, para si mesma, estimu­lante e recompensadora, em curto, médio e longo prazo. Se chegar à conclusão posi­tiva, exercitar permanente capacidade de reelaboração de estratégias até que con­siga atingir a produtividade desejada”, ressalta.

Pensamento positivo
Sobre pensamentos e ati­tudes positivas, o psicológico afirma que “são sempre bons aliados na vida”. No entanto, ele ressalta que estes senti­mentos devem vir pautados em uma noção realista de mundo.

Segundo o psicólogo Marcelo Filipecki, a noção de pro­dutividade é muito relativa, variando de acordo com critérios e requisitos do próprio indivíduo

“Se mantendo realistas, é possível entender e atuar de modo saudável, construtivo e funcional sobre quaisquer realidades vividas. A mensa­gem mais importante é: sen­síveis que estão, usem seus sentimentos e percepções para identificar e compreen­der as mudanças que estão ocorrendo e, ainda, ocorre­rão no mundo”, finalizou.

Atividades físicas
Além disso, um estudo da Escola de Educação Fí­sica e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da Univer­sidade de São Paulo – USP ressalta que manter a práti­ca de atividades físicas pode auxiliar neste período de isolamento social.

O estudo foi realizado em parceria com professores e universidades de países da América Latina e Europa, e mostra que um estilo de vida mais saudável pode fazer com que a ansiedade e o es­tresse sejam suportados.

A pesquisa esclarece que pessoas que eram ativas fisi­camente antes da pandemia têm apresentado respostas psicológicas mais leves em relação à ansiedade, estresse e estado de humor.

 

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