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18 de abril de 2024 | 2:19
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“Não é não” = Não me assedie sexualmente! E pronto!

Dizer que essa campanha é coisa de feminista me assusta, porque o fato é, que se o comportamento não agrada a todos, então bora mudar! Achei horrível ver a iniciativa virando conversa reduzida ao mundo feminista, como se fosse algo contra a paquera, um comportamento social que não tem nenhuma relação com assédio sexual.

Para que boicotar uma iniciativa tão boa que educa as pessoas a serem responsáveis com suas atitudes, e verem que aquilo que não agrada, deve ser modificado? Fico agora com medo de já ser reduzida a feminista só por estar me dando o direito de elogiar e sim, divulgar e fortalecer o movimento.

Estive em um evento de pré-carnaval e observando a forma como as pessoas usam a bebida alcoólica em exage­ro e fazem de sua “condição” motivo de irresponsabilida­des como, por exemplo, dirigir, e isso só está modificando depois que a Lei de Trânsito Brasileira se mostrou mais intolerante e mais punitiva.

Minha filha nesse evento, menor de idade, viu a forma como as pessoas estavam alteradas por causa do consumo exagerado de álcool, embora maiores de idade, mas isso não a deixou segura, e muito menos eu me senti segura nesse tipo de situação.

Imagine então se não tivermos a clareza dos comporta­mentos ruins que podem causar danos às pessoas, e quais as formas de se defender vou ter que ouvir alguém me dizer que o problema não é dos homens (em geral acostumados a tocar nas mulheres sem o consentimento delas) e sim das mulheres se oferecendo por estarem em ambientes comuns aos deles.

O que está de errado nessa campanha? Acredito que é muita gente aderindo (já são 17 Estados brasileiros na cam­panha). Logo, seria o “Não é Não” uma questão tão sem valor para ter esse tipo de aceitação e relevância?

Se polemizar é questão de quem discorda, então lá vou eu discordar do deputado que afirmou publicamente que “assé­dio ‘massageia o ego’”. Muita falta de visão ainda ver pessoas confundindo limites com feminismo e julgando feminismo de “movimento de mulher que não se arruma”, para desmere­cer as bandeiras, me poupe!

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