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28 de março de 2024 | 8:42
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RP terá caminhada em defesa da mulher

O Grupo Mulheres do Bra­sil, por meio do seu Comitê de Combate à Violência contra a Mulher, convoca toda a socie­dade a se unir por uma causa que diz respeito a todo mun­do: o fim da violência contra as mulheres. E é com esse intuito que realiza a 3ª Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres, neste domingo, 8 de dezembro, a partir das nove horas, em vários pontos do país, como também ações no exterior. Ao todo, mais de 20 cidades participarão desta grande mobilização.

Segundo Luiza Helena Traja­no, presidente do Grupo Mulhe­res do Brasil, será uma grande mobilização que colocará nas ruas a voz de todas as pessoas, pedindo um basta aos índices vergonhosos da violência con­tra as mulheres. “Não podemos mais aceitar que uma mulher seja morta a cada duas horas e que haja um estupro a cada 11 minutos. Temos que mudar essa realidade urgente, é a união de todos e todas por uma causa global”, diz a executiva.

A iniciativa integra os “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” – uma campanha internacional de combate à violência contra as mulheres e meninas, que consis­te numa mobilização global da sociedade civil em torno desse propósito. No Brasil, a mobili­zação dura 21 dias, pois começa em 20 de novembro – no Dia Nacional da Consciência Negra e pelo fato de mulheres negras serem as maiores vítimas da violência –, e se encerra em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Nos de­mais países ocorre entre 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres (o “Dia La­ranja”, proclamado pela ONU), e 10 de dezembro.

Regina Brito, a líder do Co­mitê de Combate à Violência contra a Mulher, do Grupo Mu­lheres do Brasil Núcleo Ribeirão Preto também acredita que é um momento de unir forças e avan­çar na questão. “Já tivemos gran­des avanços com a Lei Maria da Penha e as delegacias da mulher, mas ainda temos muito a fazer para garantir uma assistência adequada às vítimas de violên­cia, lutando por legislações favo­ráveis a elas, detectando os casos e recuperando os agressores, por exemplo. Essa campanha de conscientização é uma grande ação, pois chama a atenção de toda a sociedade para um pro­blema que diz respeito a todos nós”, diz Regina.

De acordo com as líderes do Núcleo local Luciana Be­nedini, Regina Paixão, Salete Lemos e Luciene Melo, a cami­nhada deverá reunir centenas de pessoas. “Com camisetas laranjas, vamos caminhar pelas ruas de Ribeirão Preto, em sin­tonia com as mulheres de todo o planeta que ainda vivem em situação de violência”, estima as líderes. A Caminhada pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma parceria entre o Grupo Mulheres do Brasil e o Núcleo de Atendimento Especializado à Mulher (Naem), organizações juntas por uma única causa! A concentração terá início às nove horas, no Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali, o Curupira, em Ribeirão Preto.

A Câmara de Vereadores aprovou, em 19 de novembro, por unanimidade – 27 votos a favor –, o projeto de lei do pre­feito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) que obriga o agressor de mulher a ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS) os custos hospitalares relacionados aos serviços prestados às vítimas de violência doméstica e familiar.

Na mesma linha e em de­fesa das mulheres vitimizadas, os vereadores também aprova­ram projeto do presidente do Legislativo, Lincoln Fernandes (PDT), que prioriza a matrícula ou transferência nas escolas mu­nicipais de crianças vítimas de violência doméstica ou daquelas cujas mães também sofreram este tipo de agressão.

Dados da Secretaria Mu­nicipal de Saúde (SMS) de Ri­beirão Preto revelam que, de 2008 a 2108, ou seja, nos últi­mos onze anos, 17.343 mulhe­res residentes na cidade foram vítimas de violência. Este nú­mero diz respeito apenas aos casos notificados.

No ano passado, as ocor­rências cresceram 34,2% em relação a 2017, de 482 para 647, com 165 a mais. Porém, desde 2016, quando foram constata­das 896 denúncias, a incidên­cia desse tipo de violência vem caindo – entre 2008 e 2015, fe­chou todos os anos com mais de mil registros. A média anual é de 1.576 casos.

Somente em 2018, o Brasil registrou 180 casos de estupro e 720 agressões em contexto de violência doméstica por dia, se­gundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os números de estupro são os maiores desde 2009, ano de início da análise após uma alteração na abrangência da lei. Crianças e adolescentes são a maior parte das vítimas.

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