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18 de março de 2024 | 23:59
Jornal Tribuna Ribeirão
FOTO: LUIS CORTES/REUTERS
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Senadora se declara presidente da Bolívia

A opositora e segunda-vice­-presidente do Senado da Bo­lívia, Jeanine Áñez, se declarou presidente do país em uma ses­são legislativa sem quórum. Ela havia convocado para esta terça­-feira, 12 de novembro, sessões extraordinárias no Parlamento para tentar resolver o vazio de poder após a renúncia do presi­dente Evo Morales, no domingo (10), mas não houve quórum em nenhuma das casas.

Alegando a necessidade de se criar um clima de paz social no país, Áñez voltou a afirmar que convocará eleições o mais rápido possível no país. Na se­gunda-feira (11), ela havia dito que convocaria eleições para janeiro. “Queremos convocar eleições o mais rápido possível”, discursou Añez, nesta terça­-feira. Ela havia se proclamado momentos antes presidente da Câmara Alta, por conta da au­sência da titular da instituição e do primeiro vice-presidente, supostamente exilados na Em­baixada do México na Bolívia.

A Constituição estabelece que, após a renúncia do pre­sidente, o vice-presidente, o presidente do Senado ou o pre­sidente da Câmara dos Depu­tados deve assumir a sucessão, mas todos também renuncia­ram a seus cargos. O partido Movimento para o Socialis­mo (MAS), presidido por Evo Morales e que detém a maioria no Parlamento, havia pedido mais cedo “altas garantias” para poder assistir às sessões parla­mentares convocadas.

“Estamos pré-dispostos a uma saída constitucional, quero que fique muito claro, conforme nossos companheiros manifes­taram. Mas pedimos as mais altas garantias para podermos participar”, disse à imprensa a líder do MAS na Câmara dos Deputados, Betty Yañíquez, no primeiro pronunciamento do partido desde a saída de Evo.

O avião das Forças Arma­das mexicanas, que levou Evo Morales da Bolívia à Cidade do México, pousou às 14h20 de ontem (horário de Brasília). Ele chegou acompanhado de Álva­ro García Linera, seu vice-pre­sidente, que também renunciou ao mandato no último domin­go, além de representantes do corpo diplomático mexicano. O chanceler do México, Mar­celo Ebrard, recebeu o ex-presi­dente boliviano na porta da ae­ronave. Morales acenou para a imprensa, desceu as escadas do avião, ajeitou os cadarços do sa­pato e se dirigiu aos jornalistas, para fazer o primeiro pronun­ciamento em solo mexicano.

“Saudações, irmãos, agrade­ço a toda a delegação que nos acompanhou. Estamos com Álvaro García Linera. Após a vi­tória em primeiro turno, come­çou o golpe de Estado. Estamos há exatamente três semanas e, na última etapa, infelizmente, a polícia nacional se somou ao golpe”, disse, denunciando in­cêndios em tribunais eleitorais, atas, cédulas, sedes sindicais, ca­sas de autoridades do MAS e na casa da irmã.

“Tentaram saquear minha casa, mas os vizinhos me de­fenderam. Muito obrigado, sou grato à defesa do povo”, afirmou Morales, sereno, vestindo uma camisa de mangas curtas e cal­ças jeans. O ex-presidente da Bolívia afirmou ainda que pediu a toda a população boliviana que colabore para que não haja mais derramamento de sangue. E agradeceu ao presidente do México, que “me salvou a vida”.

Morales ainda afirmou que seguirá na política. “Meu pe­cado é que ideologicamente somos anti-imperialistas. Não vou mudar ideologicamente. Sempre trabalhei pelos setores mais humildes, diminuímos muito a pobreza e isso vem para fortalecer a luta dos povos. Muito obrigado”, finalizou.

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