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19 de abril de 2024 | 4:31
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RONEN ZVULUN/REUTERS
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Tumulto deixa 44 mortos em Israel

Quarenta e quatro pessoas morreram e cerca de 150 fica­ram feridas durante um evento religioso superlotado no norte de Israel, na noite de quinta­-feira, 29 de abril. Segundo os serviços de saúde israelenses, pelo menos 20 pessoas estão internadas em estado grave. O jornal Jerusalem Post afirmou, contudo, que o número de feri­dos ultrapassa a centena.

O acidente ocorreu no Monte Meron, na região da Alta Galileia, onde cerca de 100 mil pessoas se reuniram para o festival do Lag Ba’Omer. Segundo testemunhas ouvidas pelo jornal Haaretz, o tumulto começou depois que algumas pessoas escorregaram em de­graus, sendo pisadas pela mul­tidão que vinha atrás.

Inicialmente, havia sido informado que o acidente fora provocado pelo desaba­mento de uma arquibancada. “Estávamos na entrada, de­cidimos que queríamos sair e então a polícia bloqueou o portão, e quem queria sair não podia. Nessa confusão, começamos a cair uns so­bre os outros. Pensei que ia morrer. Eu vi pessoas mortas perto de mim”, declarou uma testemunha ao jornal Maariv.

Devido à grande quanti­dade de pessoas, as equipes de resgate encontram dificulda­des de chegar até as vítimas, muitas das quais foram levadas de helicóptero para hospitais próximos. No Twitter, o pri­meiro ministro Benjamin Ne­tanyahu afirmou que este foi um “grande desastre” e que rezava pela recuperação das vítimas.

Duas pessoas acusadas de atrapalhar o trabalho das equi­pes de resgate foram detidas. A festividade ocorre diante de alertas das autoridades sa­nitárias, preocupadas com possíveis novas infeções por covid-19, justamente quan­do o país começa a retomar a normalidade, com a vacinação acelerada, e depois de uma sé­rie de longos confinamentos. Esta é a maior aglomeração ocorrida em Israel desde o iní­cio da pandemia.

Após testemunhas relata­rem que a polícia dificultou a dispersão de peregrinos no iní­cio da confusão, o Ministério da Justiça do país disse que vai investigar se houve má con­duta policial relacionada à tragédia. A polícia informou ao jornal Haaretz que iniciou uma investigação sobre o in­cidente. As circunstâncias exatas da tragédia ainda não foram determinadas.

Algumas testemunhas dis­seram ao jornal israelense que policiais acabaram aumentan­do o problema ao não permi­tir que as pessoas se disper­sassem logo após o início do tumulto, o que a corporação nega. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram um grande número de ju­deus ultraortodoxos agrupa­dos em espaços apertados.

Eles estavam aos pés do Monte Meron para celebrar o Lag Ba’Omer”, um feriado judaico em homenagem ao rabino Shimon bar Yochai, que viveu no século II e está enterrado no local. Amit Sofer, membro do conselho regional de Merom Hagalil, afirmou que as autoridades pensaram inicialmente que “um palco havia desabado”.

O primeiro-ministro Binya­min Netanyahu diz que a tra­gédia é uma das catástrofes mais graves da história do país. “A catástrofe do Monte Meron é uma das mais graves a atingir o Estado de Israel”, afirmou em uma mensagem no Twitter o chefe de Governo, que visitou nesta sexta-feira (30) o local e decretou um dia de luto nacio­nal no domingo.

A festa no Monte Meron foi proibida no ano passado por causa das restrições impostas pelas autoridades para evitar a propagação do coronaví­rus. Neste ano, as autoridades permitiram a presença de dez mil pessoas na área do túmu­lo, mas, segundo os organiza­dores, em todo o país foram fretados mais de 650 ônibus, o que representa pelo menos 30 mil pessoas.

A imprensa local calculou o fluxo em 100 mil pessoas, mas o número não foi confirmado pelas autoridades. Em 2019, um ano antes da pandemia que provocou o cancelamento da peregrinação em 2020, os organizadores calcularam que 250 mil pessoas comparece­ram ao local.

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