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Vereadores querem tarifa de ônibus ‘transparente’

A Câmara de Vereadores aprovou na sessão desta terça-feira, 28 de maio, por unani­midade, projeto que obriga a Empresa de Trânsito e Trans­porte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) a divulgar, de forma clara, transparente e compreen­sível para a população, os fatores geradores do reajuste da tarifa de ônibus na cidade – índice infla­cionário, investimentos, despe­sas com pessoal, manutenção e insumos, entre outros.

O projeto segue agora para sanção ou veto do prefeito Du­arte Nogueira Júnior (PSDB). Segundo o autor Marcos Papa (Rede), a proposta foi baseada na lei federal nº 12.587/2012, que regula o assunto e estabe­lece como deve ser elaborado o decreto de reajuste da tarifa do transporte coletivo pelos muni­cípios brasileiros.

Papa afirma que os de­cretos do Executivo para rea­justar anualmente o valor da passagem de ônibus não estão alinhados às diretrizes da Po­lítica Nacional de Mobilidade Urbana, que regula os serviços de transporte público coletivo em território nacional.

“Nosso objetivo é assegurar aos munícipes de Ribeirão Pre­to, principalmente, aos usuários do transporte público coletivo, maior transparência com rela­ção a todos os fatores que inte­gram e agregam custos quando da revisão da tarifa”, afirma o parlamentar.

Ele cita como exemplo é a chamada “fórmula paramétrica” que serve de base para o reajuste da passagem de ônibus em Ri­beirão Preto. A fórmula é com­posta por uma série de dados e cálculos que não são compreen­síveis pela população.

A lei de Papa estabelece que os futuros decretos sobre o as­sunto não poderão se limitar a indicar cláusulas contratuais e parâmetros técnicos, cuja compreensão seja um obstácu­lo à simplicidade e transparência da composição.

Também deverá informar eventuais descumprimentos e pendências contratuais por parte do poder concedente e do concessionário – no caso o Consórcio PróUrbano –, ou au­tarquia delegada que de algum modo tiver o condão de baratear a tarifa do transporte público.

Atualmente, em Ribeirão Preto, o mecanismo utilizado para calcular o valor da tarifa inclui itens como salário dos empregados do setor, índice da inflação e combustível – além de ser complexo fica “escondi­do” no portal da prefeitura, no link licitações, dentro do item concorrência 41/2011 – setor anexo 2.

Foi esta concorrência que definiu a concessão do transpor­te público na cidade, em maio de 2012. Desde o ano passado, Papa cobra que a prefeitura dê mais visibilidade a suas ações em relação ao transporte coletivo.

O parlamentar defende tam­bém que o Portal da Transerp disponibilize um link para que a sociedade tenha acesso a pla­nilha de custo da concessioná­ria e possa conhecer os itens que geram o valor da passagem de ônibus.

O reajuste da tarifa de ônibus em Ribeirão Preto gerou muita polêmica no ano passado. Em 13 de dezembro, o juiz Gus­tavo Muller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública, jul­gou o mérito do mandado de se­gurança impetrado por Marcos Papa, por meio de seu partido, o Rede Sustentabilidade.

O vereador questiona o rea­juste de 6,33% no preço da pas­sagem de ônibus urbano, que elevou a tarifa de R$ 3,95 para R$ 4,20, aporte de R$ 0,25, em vigor desde 16 de setembro, com mais de um mês de atraso – de­veria valer a partir de 30 de ju­lho, mas uma “batalha” judicial barrou a correção.

Na sentença, o magistrado reconhece falhas e anula o de­creto do Executivo que aumen­tou de R$ 3,95 para R$ 4,20 o va­lor da passagem. Porém, como a decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso da prefeitu­ra ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o preço da tarifa não deverá ser alterado até o trânsito em julgado do manda­do de segurança.

Na semana passada, a Câ­mara aprovou projeto de decre­to Legislativo de autoria dos ve­readores Marcos Papa e Nelson Stefanelli, o “Nelson das Placas” (PDT), que deve acabar com a venda casada no transporte pú­blico e com a proibição de devo­lução em dinheiro dos créditos não utilizados.

A estimativa é que os crédi­tos nos cartões somem R$ 21 milhões. Não há lei ou decisão judicial que impeçam a devolu­ção em dinheiro, mas segundo Papa, esse recurso pode ser apli­cado em melhorias no transpor­te público e principalmente ba­ratear a tarifa de ônibus.

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