Tribuna Ribeirão
Economia

Taxa Selic – Copom reduz juros para 2,25% ao ano

ANTONIO CRUZ/AG.BR.

O Banco Central (BC) dimi­nuiu, pela oitava vez consecuti­va, os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic de 3% para 2,25% ao ano, com corte de 0,75 ponto percentual. A decisão era esperada por analistas financei­ros. Segundo a pesquisa Focus desta semana, a maior parte dos agentes econômicos aguardava uma redução dos juros básicos para o patamar de 2,25%.

Em função do corte, o Brasil também passou a registrar juro real (descontada a inflação) negativo. Cálculos do site Mo­neYou e da Infinity Asset Ma­nagement indicam que, com a Selic a 2,25%, o juro real brasi­leiro passou a ser de -0,78% ao ano. O país possui agora o 14º juro real mais baixo do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes.

Em comunicado, o BC in­formou que a redução dos juros decidida nas últimas reuniões é compatível com os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus e que, para as próximas reuniões, poderá haver um “ajuste residual” no estímulo monetário. No entan­to, a manutenção da taxa em patamares reduzidos, no médio prazo, vai depender da trajetória dos gastos do governo no ano que vem, tendo em vista os altos investimentos em recursos para conter os efeitos da pandemia.

“O Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica continua a prescre­ver estímulo monetário extra­ordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço rema­nescente para utilização da po­lítica monetária é incerto e deve ser pequeno. O comitê avalia que a trajetória fiscal ao longo do próximo ano, assim como a percepção sobre sua susten­tabilidade, são decisivas para determinar o prolongamento do estímulo”, afirmou o BC, em nota à imprensa.

Com a decisão desta quar­ta-feira (17), a Selic está no me­nor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1996. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser re­ajustada gradualmente até al­cançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018, só voltando a ser reduzida em julho de 2019.

Inflação
A Selic é o principal instru­mento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Na­cional de Preços ao Consumi­dor Amplo (IPCA). Nos doze meses terminados em março, o indicador fechou em 3,3%, o menor resultado acumulado em 12 meses desde outubro do ano passado.

A inflação, que tinha su­bido no fim do ano passado por causa da alta da carne e do dólar, agora deve cair mais que o previsto por causa das interrupções da produção e do consumo provocadas pela pandemia da covid-19. Para 2020, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de inflação de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não poderá superar 5,5% neste ano nem ficar abai­xo de 2,5%. A meta para 2021 foi fixada em 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

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