Tribuna Ribeirão
Política

Texto-base da reforma é aprovado em comissão

Os deputados que integram a comissão especial da reforma da Previdência (PEC 6/19) na Câmara dos Deputados aprova­ram, na tarde desta quinta-feira, 4 de julho, o parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PS­DB-SP). O placar foi 36 votos a favor e 13 contra o relatório. De­pois, os parlamentares se debru­çaram sobre os 19 destaques de bancadas e 88 individuais com sugestões de mudanças – a ses­são invadiu a noite. A proposta prevê idade mínima de aposen­tadoria de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres ao final de um período de transição de 12 anos.

Os deputados da base go­vernista apontaram a necessi­dade de reformar a Previdência para reverter o déficit no siste­ma de aposentadorias e pen­sões. Para os favoráveis à PEC, a reforma vai trazer de volta a geração de emprego e renda na economia brasileira. De acor­do com o líder do Podemos, deputado José Nelto (GO), a reforma é necessária para que o governo não atrase salários e aposentarias. “O país está que­brado, estados e municípios estão quebrados e agora a ini­ciativa privada está indo para a quebradeira”.

A oposição considera que a reforma vai desmontar o sis­tema de previdência social e será mais dura com os mais pobres. Segundo o líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), a PEC vai afetar o sistema de proteção social, sobretudo de quem ganha até quatro sa­lários mínimos. Ele lembrou que o elevado desemprego e a grande informalidade no país dificultam a contribuição pre­videnciária dos trabalhadores. “Essa reforma é recessiva, vai tirar R$ 1 trilhão de circulação da economia brasileira. Não há consumo, o comércio e a in­dústria vão mal”.

Nova versão
Em seu novo voto comple­mentar, lido na quarta-freira (3), Samuel Moreira manteve as re­gras para as aposentadorias dos policiais que atuam na esfera fe­deral. As categorias, que incluem policiais federais e legislativos, se aposentarão aos 55 anos de ida­de, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo.

Em seu novo texto, Morei­ra recuou da permissão para que estados e municípios au­mentem a contribuição dos servidores públicos locais para cobrir os rombos nos regimes próprios de Previdência. A pos­sibilidade constava do relatório apresentado na terça-feira (2) pelo relator. Com a desistência, os estados e os municípios vol­tam a ficar integralmente fora da reforma da Previdência.

Caberá às Assembleias Le­gislativas estaduais e às Câmaras Municipais aprovar a validade da reforma para os governos locais, assim como o aumento das alíquotas dos servidores sob sua alçada. Principal ferramen­ta para elevar a arrecadação da seguridade social e cobrir parte do rombo da Previdência, o au­mento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20% será restrito a bancos médios e grandes. A mo­dificação constou do novo voto complementar do relator da re­forma da Previdência na comis­são especial da Câmara.

O texto anterior, lido na terça-feira (2), previa que a ele­vação da alíquota valeria para todas as instituições financeiras, exceto a B3 (antiga Bolsa de Va­lores de São Paulo). As coope­rativas de crédito haviam sido beneficiadas com aumento me­nor, para 17%. O fim da isenção da contribuição previdenciária a exportadores rurais permitirá manter a economia com a refor­ma da Previdência acima de R$ 1 trilhão em dez anos.

Segundo o relator, o im­pacto fiscal corresponderá a R$ 1,074 trilhão no período. A estimativa inclui a redução de despesas de R$ 933,9 bilhões e aumento de receitas (por meio de alta de tributos e fim de isen­ções) de R$ 137,4 bilhões. A proposta original, enviada pelo governo em fevereiro, previa uma economia de R$ 1,236 tri­lhão em uma década, mas não incluía elevação de receitas.

Previsão de votação
Após a aprovação do relató­rio da reforma da Previdência pela comissão especial, o mi­nistro da Casa Civil, Onyx Lo­renzoni, não garantiu que a pro­posta terá sua votação concluída na Câmara na semana que vem. De acordo com ele, a certeza é que ela será votada apenas no primeiro. Se este cenário se con­cretizar, a tramitação do texto só será encerrado na Casa em agos­to porque o Congresso entra em recesso em 18 de julho.

Por se tratar de uma propos­ta de emenda à Constituição, a reforma precisa ser votada em dois turnos pela Câmara e pelo Senado. O ministro, no entan­to, comemorou o resultado da comissão, que aprovou o pa­recer por 36 votos a favor e 13 contrários. Para ele, a diferença de votos foi “extraordinária” e é um indicativo de que o governo poderá ter mais de 308 votos, o mínimo necessário para a apro­vação da proposta, no plenário na semana que vem.

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