Tribuna Ribeirão
Cultura

Texto premiado chega ao Pedro II 

Foto: Pino Gomes

Escrita por Edward Albee (1928-2016) no início da década de 1990, “Três Mulheres Altas” logo se tornou um clássico da dramaturgia contemporânea. Perversamente engraçada – como é a marca do autor –, a peça recebeu o Prêmio Pulitzer e ganhou bem-sucedidas montagens pelo mundo, ao trazer o embate de três mulheres em diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice.

Após passar por dezoito cidades e ter mais de 100 mil espectadores na plateia, a peça chega a Ribeirão Preto para duas apresentações nos dias 12 e 13 de dezembro, sexta-feira e sábado, às 20 horas, no Theatro Pedro II. Dirigida por Fernando Philbert, a nova versão traz no elenco Ana Rosa,H elena Ranaldi e Fernanda Nobre, com tradução de Gustavo Pinheiro e produção da WB Entretenimento de Bruna Dornellas e Wesley Telles.

O espetáculo é apresentado pela Bradesco Seguros, através da Lei Rouanet. Em seu quarto ano consecutivo em cartaz, segue colecionando plateias lotadas e reconhecimento por onde passa. Nesse percurso a montagem recebeu indicações a grandes prêmios, como: Cesgranrio, Bibi Ferreira e Cenym.

Sinopse

Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Ana Rosa), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Helena Ranaldi), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia.

A mais jovem, C (Fernanda Nobre), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas. Entre os muitos embates travados pelas três, a grande protagonista do espetáculo é a passagem do tempo e também a forma com que lidamos com o envelhecimento.

“O texto do Albee nos faz refletir sobre ‘qual é a melhor fase da vida?’, além de questões sobre o olhar da juventude para a velhice, sobre a pessoa de 50 anos que também já acha que sabe tudo e, fundamentalmente, sobre o que nós fazemos com o tempo que nos resta. Apesar dos temas profundos, a peça é uma comédia em que rimos de nós mesmos”’, analisa o diretor Fernando Philbert.

A última e até então única encenação do texto no Brasil foi logo após a estreia em Nova York (EUA), em 1994. Philbert e as atrizes da atual montagem acreditam que a nova versão traz uma visão atualizada com todas as mudanças comportamentais e políticas que aconteceram no mundo de lá para cá, especialmente nas questões femininas, presentes durante os dois atos da peça. Sexo, casamento, desejo, pressões e machismo são temas que aparecem nos diálogos e comprovam a extrema atualidade do texto de Albee.

Escrita em 1991 e lançada em 1994, “Três Mulheres Altas” representou uma virada na trajetória de Edward Albee, que recebeu as suas melhores críticas e viu renascer o interesse por sua obra. Aos 60 anos, ele ganhou o terceiro Prêmio Pulitzer, além de dois Tony Awards e uma série de outros troféus em premiações mundo afora.

A peça tem características autobiográficas e foi escrita pouquíssimo tempo depois da morte da mãe adotiva do autor, que teria inspirado a personagem mais velha. Após abandoná-la aos 18 anos, Albee voltou a ter contato com a mãe em seus últimos dias, quando já estava doente de Alzheimer. No entanto, alguns especialistas em sua obra defendem que a peça não pode ser reduzida a este fato.

“Três Mulheres Altas”’ vai além de ser um retrato de sua mãe. O texto traz o olhar mordaz e perverso – por que não dizer cômico – de Albee para a classe média alta americana e toda a sua hipocrisia, ao falar sobre status, sucesso, sexo e abordar a visão preconceituosa da sociedade e as relações que as três mulheres travam com o mundo, sempre atravessadas pelo filtro machista.

Estreou na Broadway em 1994, no Vineyard Theatre, e no mesmo ano chegou ao West End, em Londres, no Wyndham’s Theatre, além de iniciar uma turnê pelos Estados Unidos com a montagem americana e render versões na Espanha (‘Tres mujeres altas’) e Portugal.

Em 2018, o texto foi remontado na Broadway, com direção de Joe Mantello (“Wicked”, “Take me out”, “Assassins”) e estrelado por Glenda Jackson, Laurie Metcalf e Alison Pill. No Brasil, a peça foi dirigida por José Possi Neto, em 1995, e recebeu os prêmios APCA e Mambembe de Melhor Espetáculo.

Sobre Edward Albee

Edward Albee morreu em 2016 aos 88 anos e deixou um imenso legado para o teatro americano com suas 25 peças encenadas e publicadas. Autor de clássicos como “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”, “The Zoo Story”, “Equilíbrio Delicado” e “Três Mulheres Altas”, recebeu três vezes o Prêmio Pulitzer. Seus textos são marcados por um olhar sarcástico e por uma crítica intensa às convenções e hipocrisias da sociedade tradicional.

Nascido em 1928, ele foi adotado por Reed e Frances Albee, um casal de milionários dono de uma cadeia de teatros na época. Ele cresceu em um bairro de classe média alta cercado dos tipos que iria retratar em seus espetáculos anos mais tarde. Em torno dos 20 anos, saiu da casa dos pais definitivamente para viver em Nova York e inicia a sua produção literária.

Em 1957, ao escrever “The Zoo Story”, peça de um ato que ecoava o teatro de Samuel Beckett, Jean Genet e Harold Pinter, Albee encontra a consagração inicial de sua exitosa carreira teatral. Em 1962, estreou “Quem Tem Medo de Virginia Woolf”, que o levaria ao auge da fama.

Nos anos 1990, “Três Mulheres Altas” marcou seu retorno ao centro das atenções do cenário teatral nesta que é talvez a mais pessoal e autobiográfica de suas peças. A estreia mundial de “Três Mulheres Altas” aconteceu no Teatro Inglês de Viena, Franz Schafranek, Produtor, junho de 1991.

A primeira produção americana foi da River Arts, Woodstock, Nova York, Lawrence Sacharow, diretor de teatro. A peça teve sua estreia em Nova York no Vineyard Theatre. Elizabeth I. McCann, Jeffrey Ash, Daryl Roth em associação com Leavitt/Fox/Mages apresentaram a produção do Teatro Vineyard no setor Off-Broadway no Teattro Promenade em Nova York.

Ingressos 

Os ingressos custam R$ 200 (plateia A), R$ 180 (plateia B e frisa), R$ 120 (balcão nobre) e R$ 50 (balcão simples). A meia-entrada sai por R$ 100, R$ 90, R$ 60 e R$ 25, respectivamente. Estão à venda no guichê do teatro e no site do Mega Bilheteria (megabilheteria.com).

Importante ressaltar que não será permitida em nenhuma hipótese a entrada após o início do espetáculo, não havendo troca de ingresso e nem devolução do dinheiro. A peça terá início no horário marcado. Para melhor conservação do Theatro Pedro II é proibido o consumo de bebidas e alimentos dentro das salas de espetáculos.

Fica na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. O local tem capacidade para 1.588 pessoas, mas parte foi interditada por segurança. Atualmente conta com 1.200 lugares. O telefone para mais informações é (16) 3977-8111.

Ou acesse o site oficial do Theatro Pedro II (www.theatropedro2.com.br). O espetáculo não é recomendado para menores de 12 anos devido ao horário. O espaço é o terceiro maior teatro de ópera do Brasil. O uso de máscara é opcional.

Três fotos: Pino Gomes

Foto Ele
Nova versão traz no elenco Fernanda Novre, Ana Rosa e Helena Ranaldi

Foto Tri
Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C

Foto Ver
Escrita em 1991 e lançada em 1994, “Três Mulheres Altas” representou uma virada na trajetória de Edward Albee

Serviço
Espetáculo: “Três Mulheres Altas “
Texto: Edward Albee (1928-2016)
Tradução: Gustavo Pinheiro
Direção:Fernando Philbert
Com: Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre
Quando: 12 e 13 de dezembro, sexta-feira e sábado
Horário: 20 horas
Ingressos:
Plateia A
R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia) 
Plateia B e frisa
R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia) 
Balcão nobre
R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia) 
Balcão simples R$ 50 (inteira)  e R$ 25 (meia
Onde: Theatro Pedro II
Endereço: rua Álvares Cabral nº 370, Centro
Capacidade: 1.200 pessoas
Telefone: (16) 3977-8111
Classificação: 12 anos
Vendas:guichê do teatro e site  www.megabilheteria.com
Bilheteria: a partir das 14 horas
Informações: (16) 3977-8111 ou www.theatropedro2.com.br 

 

  

  

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