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TPI expede mandado de prisão contra Putin

© Sputnik/Andrey Gorshkov/Kremlin via REUTERS

O Tribunal Penal Interna­cional (TPI) anunciou nesta sexta-feira, 17 de março, que emitiu um mandado de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por crimes de guerra por causa de seu supos­to envolvimento em seques­tros e deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia durante a guerra.

A Corte disse em um co­municado que Putin “é su­postamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de po­pulação de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Rus­sa”. Grupos de direitos huma­nos celebraram o movimento, mas a probabilidade de um jul­gamento enquanto Putin per­manecer no poder é pequena.

O tribunal não pode julgar réus à revelia e a Rússia disse que não entregará seus próprios cidadãos. Um pedido também foi emitido, pelo mesmo motivo, contra a Comissária Presiden­cial para os Direitos da Infância na Rússia, Maria Alekseievna Lvova-Belova, informou o tribu­nal de Haia.

A Presidência da Ucrânia reagiu, afirmando que essa ordem de prisão contra Putin é apenas o começo, enquan­to a Rússia chamou o pedido de sem sentido. O presidente do tribunal, Piotr Hofmanski, disse em uma declaração em vídeo que, embora os juízes do TPI tenham emitido os man­dados, caberá à comunidade internacional aplicá-los.

O tribunal não tem força policial própria para cumprir os mandados. “O TPI está fa­zendo sua parte do trabalho como um tribunal. Os juízes emitiram mandados de pri­são. A execução depende da cooperação internacional.” O TPI não reconhece imunidade para chefes de Estado em casos envolvendo crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio.

Mas as limitações do tribu­nal são bem conhecidas – em­bora possa indiciar chefes de Estado em exercício, não tem poder para prendê-los ou levá­-los a julgamento, ao invés dis­so, depende de outros líderes e governos para agir como seus policiais em todo o mundo.

O caso mais proeminente foi o do presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir , que foi indiciado pelo tribunal, mas não foi preso em outros países para onde viajou. Além disso, Moscou não reconhece a jurisdição do tribunal e não extradita seus nacionais. Essa posição foi reafirmada pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em uma pri­meira reação aos mandados.

Deportações
Uma investigação do New York Times publicada em ou­tubro identificou cerca de seis mil crianças ucranianas que foram levadas sob os esforços de reassentamento da Rússia. Eles descreveram um proces­so de coerção e, ao chegarem à Rússia ou aos territórios ocupados pela Rússia, eram frequentemente colocados em locais voltados para torná-los cidadãos russos e submetidos a esforços de reeducação. A Rús­sia defendeu as transferências por motivos humanitários.

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