Por conta de inúmeros fatores, que podem estar relacionadas à alimentação inadequada, falta de higiene bucal, problemas socioeconômicos, inflamação dos tecidos que suportam os dentes, entre outros, o Brasil tem cerca de 16 milhões de pessoas (11% da população adulta) vivendo sem nenhum dente na boca, e outros 34 milhões que já perderam 13 ou mais dentes, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os idosos representam a maior porcentagem dessas pessoas, com 31,7%. Já outros, 8 milhões de brasileiros com idade entre 25 e 44 anos fazem uso de próteses dentárias.
Em Ribeirão Preto, o serviço de assistência odontológica da Secretaria Municipal de Saúde, realizou somente nos quatro primeiros meses deste ano mais de 48 mil atendimentos. Uma média de 12 mil por mês. O acesso ao tratamento odontológico é feito na atenção primária, através do agendamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
As equipes de saúde bucal estão presentes nas 42 unidades básicas e unidades de estratégia de saúde da família, além dos serviços de especialidades no Centro de Especialidades Odontológicas. Os serviços prestados compreendem ações preventivas, curativas e reabilitadoras visando a promoção, proteção e recuperação da saúde bucal.
Os profissionais da odontologia na atenção primária realizam ações de promoção de saúde, procedimentos clínicos e reabilitadores, diagnósticos, atendimentos de urgência e referenciamento dos casos de maior complexidade para os níveis secundário (especialidades) e terciário (hospitalar).
Além do atendimento individual, os profissionais também desenvolvem atividades coletivas em saúde bucal, como a Clínica do Bebê, o Programa Meu Bem Querer, o Programa Saúde na Escola (PSE) e Campanhas de Prevenção ao Câncer Bucal, fortalecendo o vínculo com a comunidade e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.
Já a Faculdade de Odontologia da Universidade de São Pulo de Ribeirão Preto (FORP/USP) oferece atendimento odontológico à população dos 26 municípios ligados do Departamento Regional de Saúde (DRS XIII) de Ribeirão Preto.
Os atendimentos são realizados nas dependências clínicas da Faculdade de Odontologia da USP que conta com uma infraestrutura equipada com 185 equipamentos odontológicos, funcionando nos períodos da manhã e da tarde.
Mensalmente, são atendidos, em média, de mil a 1.500 pacientes, a maioria do Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimentos realizados de forma totalmente gratuita. Para o ano de 2025, está prevista a realização de aproximadamente 15 mil atendimentos odontológicos.
São realizados todos os procedimentos relacionados à área odontológica, abrangendo desde atendimentos preventivos e clínicos até tratamentos especializados. Não existe fila de espera, uma vez que o atendimento é realizado mediante a necessidade pedagógica com a solicitação de demanda encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Ribeirão Preto.
O beijo pode transmitir mais do que sentimentos
O beijo, muito mais do que um simples gesto de carinho e afeto, possui profundas implicações para a saúde bucal e geral. Esse contato íntimo, que envolve a troca de saliva, pode ser um canal para a transmissão de microrganismos.
Por isso, é crucial manter uma boa higiene oral. Cuidar da saúde da boca não apenas preserva o frescor do beijo, mas também garante que esse ato simbólico continue a ser uma expressão de amor e conexão saudável.
Entre os principais vírus que podem ser transmitidos pelo beijo estão o Herpes Simples Tipo 1 (HSV-1), a mononucleose infecciosa (conhecida como “doença do beijo”), o Citomegalovírus (CMV), além de vírus da gripe e da covid-19. Já entre as bactérias, destacam-se a Streptococcus mutans, associada à cárie; Neisseria meningitidis, causadora da meningite; e Treponema pallidum, relacionada à sífilis. A candidíase oral (ou sapinho), causada pelo fungo Candida albicans, também pode ser transmitida dessa forma.
“A boca é um ambiente quente, úmido e com pouca luminosidade, ideal para a proliferação de bactérias, vírus e fungos. Durante o beijo, ocorre uma troca significativa desses microrganismos, o que pode aumentar o risco de doenças bucais e sistêmicas”, alerta a Dra. Camila Borges Fernandes, ortodontista e periodontista.
Para além do beijo ocasional, relacionamentos duradouros também podem influenciar a saúde bucal mútua. “A condição bucal de um parceiro afeta diretamente a do outro. Se um não mantém a higiene adequada, o outro pode acabar exposto a patógenos que desequilibram a microbiota oral”, explica a especialista.
Grande parte dos problemas de saúde bucal tem início no acúmulo de biofilme — a conhecida placa bacteriana. Invisível a olho nu, essa camada pegajosa se forma constantemente nos dentes, língua e gengiva, e, se não for removida adequadamente, pode desencadear doenças como cárie, gengivite, halitose e até infecções mais graves.