Tribuna Ribeirão
DestaquePolítica

Veto a celular melhora rotina escolar 

Secretaria da Educação de Ribeirão Preto realizou pesquisa com professores, coordenadores e gestores da rede; maioria percebeu melhora na rotina escolar 

Secretaria da Educação de Ribeirão Preto realizou pesquisa com professores, coordenadores e gestores da rede; maioria percebeu melhora na rotina escolar (Guilherme Sircilli)

Desde o início do ano letivo, em 5 de fevereiro, a lei federal nº 15.100/2024 – sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva  em 13 de janeiro – proíbe o uso de celulares nas escolas de todo o país, salvo exceções por questões de saúde. Para avaliar a adesão à regra, a Secretaria da Educação de Ribeirão Preto realizou uma pesquisa com professores, coordenadores e gestores da rede municipal de ensino.

A maioria dos profissionais percebeu melhora na rotina escolar. Segundo o levantamento, 86% dos entrevistados notaram maior atenção e concentração dos alunos em sala de aula. Além disso, 61% apontaram avanço na disciplina e 76% relataram interações sociais mais saudáveis durante os intervalos.

“Os alunos voltaram a brincar e interagir nos recreios, estão mais atentos e menos agitados em sala. A medida tem sido essencial para um ambiente pedagógico mais equilibrado e maior participação nas atividades”, destaca uma professora da rede à enquete realizada pela Divisão de Gestão Pedagógica

Ainda é cedo para medir os impactos acadêmicos, mas os profissionais estão otimistas. A tendência é que os benefícios se tornem ainda mais evidentes a médio e longo prazo, refletindo no desempenho dos estudantes. Outro ponto positivo é o impacto no desenvolvimento emocional dos alunos, ajudando-os a lidar com a dependência tecnológica e a fortalecer habilidades sociais.

Apesar da boa recepção, a medida enfrenta alguns desafios. Enquanto 87% dos profissionais não registraram oposição das famílias, houve casos pontuais de resistência. Para garantir o cumprimento da regra, alunos que insistirem no uso indevido do celular serão advertidos. “Nosso objetivo é promover um ambiente propício tanto para o aprendizado quanto para o desenvolvimento pessoal dos estudantes”, ressalta o secretário da Educação, Valdir Martins.

Nesta segunda-feira, 24 de março, o Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou a Resolução CNE/CEB nº 2/2025, que estabelece diretrizes sobre o uso de dispositivos digitais em espaços escolares. O documento permite o uso pedagógico dos aparelhos, sob mediação dos professores, mas reforça a proibição em outros momentos da rotina escolar, inclusive nos intervalos.

O uso do celular é permitido para fins pedagógicos sob orientação de educadores; para promover acessibilidade de alunos com deficiência; para garantia de direitos fundamentais e em situações de estado de perigo, estado de necessidade, caso de força maior.

Em fevereiro, antes das aulas, a Secretaria Municipal da Educação lancçiu a campanha “Se não for usar, não leve!”. Cada aluno deverá manter o celular desligado e guardado na bolsa durante o período escolar. Para facilitar a adaptação, a prefeitura afixou avisos nas escolas.

Também ofereceyu capacitação aos professores e funcionários, que estarão preparados para orientar os alunos e tirar dúvidas sobre a nova medida. Em novembro, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou a restrição do uso do dispositivo em escolas.

A medida foi sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em dezembro. Recentemente, o tema foi tratado em um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Segundo a pesquisa, o uso de celulares na escola impacta negativamente na aprendizagem e na concentração dos estudantes. O tema tem sido discutido em outros países do mundo. Recentemente, a Finlândia e a Holanda instituíram legislação sobre o tema.

A Secretaria Municipal de Educação administra 108 escolas de educação infantil – Centros de Educação Infantil (36 CEIs, para crianças de zero a 3 anos) e Escolas Municipais de Educação Infantil (43 Emeis, de 3 a cinco anos), além de 29 parcerias ou conveniadas (creche e infantil).

Também responde por 33 escolas de ensino fundamental (Emef). Tem ainda o Centro de Educação Especial Egydio Pedreschi e a Escola Municipal de Ensino Profissional Básico (Emepb) Doutor Celso Charuri e o Programa Educação para Jovens e Adultos (EJA). São 143 unidades escolares e cerca de 50 mil estudantes.

Nas 83 escolas da rede estadual em Ribeirão Preto as aulas começaram no dia 3 de fevereiro. São cerca de 55 mil alunos dos ensinos fundamental e médio. Na área de abrangência da Diretoria Regional de Ensino (DRE) são 102 unidades e mais de 63 mil alunos matriculados.

A DRE é composta por mais 13 municípios: Altinópolis, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Luís Antônio, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul e Serrana. Ribeirão Preto também tem mais de 300 escolas particulares, das mais de dez mil espalhadas pelo estado.
 

 

 

Postagens relacionadas

DIG descobre mais um corpo enterrado em quintal na cidade de São Carlos

Luque

ACIRP é premiada como a melhor em vendas pela Boa Vista Serviços

William Teodoro

Socorro à Transerp vai custar R$ 4,8 mi

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com