Tribuna Ribeirão
DestaquePolítica

Villela escapa de 2ª denúncia

O Conselho de Ética da Câ­mara de Ribeirão Preto arqui­vou, pela segunda vez, a denún­cia contra o vereador afastado Waldyr Villela (PSD). A reu­nião ocorreu na tarde da última quinta-feira, 5 de julho. O novo pedido de cassação do mandato do parlamentar foi impetrado por meio de representação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Os conselheiros segui­ram o relatório de Maurício Vila Abranches (PTB), que não encontrou nenhum fato novo em relação às acusações anali­sadas pela comissão em agosto do ano passado, feitas por um advogado.

Além de Vila Abranches, o Conselho de Ética é formado pelo presidente Otoniel Lima (PRB) – ele também havia dito ao Tribuna que a tendência era de arquivamento –, André Trin­dade (DEM), Jorge Parada (PT) e Marinho Sampaio (MDB). Os vereadores citam que, no ano passado, “a comissão cumpriu todo procedimento regimental e decidiu pelo arquivamento da denúncia por não verificar nas condutas do vereador fatos que pudessem instaurar procedi­mento disciplinar previsto nos artigos 13 e 14 do Código de Éti­ca e Decoro Parlamentar”.

Agora, dizem que a denún­cia do PSOL, protocolizada em maio, “tratava exatamente dos mesmos fatos pelos quais já foi submetido e processado, con­sistindo em único diferencial a questão do mesmo ter se torna­do réu no processo judicial que tramita na 5ª Vara Criminal de Ribeirão Preto. Sendo assim, o conselho entendeu que a denún­cia perdeu o objeto, não mere­cendo ser processada, tendo em vista, já ter sido o vereador pro­cessado e julgado anteriormente pelos mesmos fatos e causa já apresentados anteriormente.”

Em junho, a juíza Ilona Marcia Bittencourt Cruz, da 5ª Vara Criminal de Ribeirão Pre­to, manteve o afastamento de Waldyr Villela da Câmara de Ribeirão Preto e o bloqueio dos bens do vereador. A magistrada também determinou a manu­tenção das medidas cautelares até a completa apuração dos fa­tos. A defesa havia solicitado a liberação de R$ 70 mil deposita­dos em uma conta poupança em nome do parlamentar e o retor­no dele ao Legislativo. A equipe de advogados, tendo à frente Re­gis Galino, diz que não há prova de que a quantia bloqueada seja produto de crime, uma vez que eles são provenientes da aposen­tadoria do afastado.

A magistrada entende que não foram apresentados com­provantes pela defesa sobre a origem do montante. Sobre o retorno ao cargo, Ilona Marcia Bittencourt Cruz considera que as suspeitas sobre uso indevido de recursos públicos o impedem de seguir na função porque a natureza do exercício diz res­peito à gestão e à destinação dos mesmos recursos. Afastado do Legislativo desde 11 de agosto do ano passado, Villela virou réu na ação penal que tramita na 5ª Vara Criminal.

Na denúncia, o PSOL tam­bém pedia a suspensão do sub­sídio que o vereador recebe todo mês – ele foi à Justiça para garan­tir a remuneração, apesar de não exercer a atividade legislativa. Waldyr Villela (PSD) continua a receber o subsídio mensal de R$ 13.809,95 pago pela Câmara por ordem judicial. A Câmara gas­ta o dobro, pois paga o mesmo salário ao suplente Ariovaldo de Souza, o “Dadinho” (PTB). A Mesa Diretora da Casa de Leis chegou a anunciar a suspensão do pagamento, mas Villela re­correu e obteve liminar judicial que lhe garante o recebimento até o final do processo. O advo­gado do vereador, Regis Galino, garante que o pagamento é legal e garantido por liminar.

Investigado pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Espe­cial de Repressão ao Crime Or­ganizado (Gaeco), Villela virou réu na ação penal que tramita na 5ª Vara Criminal de Ribeirão Preto e responderá por três dos cinco crimes de que é acusado – exercício ilegal da medicina (artigo 282 do Código Penal), de atividade proibida (205) e pecu­lato (312) – aproveitar-se de car­go público em benefício próprio ou de terceiros.

Waldyr Villela está em seu quarto mandato de vereador. Ele é acusado de usar assesso­res em funções fora do Legis­lativo e utilizar irregularmente o carro oficial para se dirigir ao ambulatório que mantinha na rua Romano Coró, no Par­que Industrial Tanquinho, Zona Norte da cidade, onde funcionava a Sociedade Espí­rita André Luiz. Também foi denunciado por prática ilegal da medicina porque, apesar de ser formado em odontologia, atuava como médico no centro espírita, segundo a denúncia do Gaeco e as investigações da Polícia Civil.

Também foi denunciado por atividade proibida com infração administrativa porque o ambu­latório em que fazia os atendi­mentos não tinha o aval da Di­visão de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal da Saúde. O advogado Regis Galino ga­rante que vai provar a inocência de seu cliente, mas diz que o pro­cesso tramita em segredo de Jus­tiça e só vai se manifestar peran­te o juízo da 5ª Vara Criminal.

Postagens relacionadas

Policiais da DISE prendem homem com Fuzil antiaéreo em Ribeirão

Redação

Tempestade derruba árvore na zona Sul de RP

Luque

TJ extingue cargos na prefeitura

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com