Com a renúncia da deputada federal ribeirão-pretana Carla Zambelli (PL-SP), de 45 anos, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu posse nesta segunda-feira, 15 de dezembro, ao suplente da parlamentar, Adilson Barroso (PL-SP), de 61 anos, de Barrinha, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto.
Zambelli renunciou no domingo (14), dois fias após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar a cassação imediata do mandato dela. Na sexta-feira (12), a Primeira Turma do Supremo confirmou, por unanimidade, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que anulou a votação da Câmara dos Deputados que rejeitou a cassação e manteve o mandato da deputada.
Na última quarta-feira (10), a Câmara decidiu manter o mandato de Carla Zambelli pelo placar de 227 votos a favor e 110 contra. Eram necessários 257 votos para aprovação da cassação. Diante da deliberação que manteve o mandato da parlamentar, Alexandre de Moraes decidiu anular a resolução da Casa que oficializou o resultado da votação.
O ministro disse que a decisão é inconstitucional. No entendimento de Moraes, a Constituição definiu que cabe ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato de parlamentar condenado por decisão transitada em julgado, cabendo à Câmara somente “declarar a perda do mandato”.
Fuga – Em julho deste ano, Zambelli foi presa em Roma, na Itália, onde tentava escapar do cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes. Por ter dupla cidadania, a deputada deixou o Brasil em busca de asilo político em terras italianas após ser condenada pelo STF a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.

A decisão final sobre o processo de extradição feito pelo governo brasileiro será tomada em audiência da Justiça italiana na próxima quinta-feira (18). Zambelli também foi condenada a cinco anos e três meses de prisão por perseguir um homem com arma em punho, em São Paulo (SP).
Adilson Barroso – Barroso é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e migrou para o PL nas eleições de 2022. Nas redes, ele se define como “bolsonarista de direita, conservador, patriota, amigo de Bolsonaro, Michele Bolsonaro e Nikolas Ferreira”.
Antes disso, o deputado foi presidente do Patriota e trabalhou, em 2018 e 2021, para trazer Bolsonaro para o partido. Barroso já ocupava o cargo na Câmara em razão de ser o primeiro suplente do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), licenciado para exercer o comando da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Em 2022, Derrite disputou a eleição como candidato do PL.
Barroso assumiu a cadeira três vezes na atual legislatura. Antes, a atuação política de Barroso ficou dentro do Estado de São Paulo. Ele foi vereador de Barrinha por dois mandatos e vice-prefeito do município entre 1997 e 2002. Depois, foi eleito deputado estadual de São Paulo entre 2003 e 2007. Foi fundador do Partido Ecológico Nacional, em 2012, que acabou virando o Patriota.

