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Orestes Lopes de Camargo – Algodão entre cristais
O jornalista Orestes Lopes de Camargo veio para Ribeirão Preto por opção. Desenvolveu novos planos para o Jornal A Cidade, do qual se tornou proprietário e passou a ter uma influência além do jornalismo, nas questões sociais e políti­cas de Ribeirão Preto. A sua sala no jornal era um verdadeiro confessionário onde as maiores autoridades passavam para se aconselhar e trocar ideias sobre as administrações e futuro da comunidade. À noite se achegavam as maiores autoridades do município para a troca de ideias diante do jornal, todos em pé, cada um levantando um assunto polêmico ou não. Juntavam-se também magistrados, promotores, jornalistas e funcionários públicos da mais alta categoria ou da mais simples, ele não os discriminava e os tinha como amigos. No balcão até o avançar da noite Dona Amália, sua esposa, e sua filha Jandira rece­biam os anúncios que eram os sustentáculos do periódico.

Discussões sempre positivas
Orestes era um construtor de pontes e harmonizador da polí­tica. Criticava com veemência os erros, principalmente os co­metidos com intenções não claras, mas elogiava e colaborava para que os erros não tivessem repercussões na população ou em alguém que não fosse culpado. Tinha em seus funcioná­rios os amigos de todos os dias, seus filhos e netos, coman­dados pelo Jura eram capacitados a rodar o jornal em todas as suas etapas. Dona Maria Casagrande Lopes (Dona Amália), sua esposa e devotada companheira, mesmo dentro de suas limitações e conhecimentos administrava tudo com coração e tirocínio. Sempre que sabia de alguém que estava com dificul­dades colocava dinheiro vivo em um envelope e solicitava que alguém levasse ao necessitado, sem dizer a fonte seus funcio­nários, não havia um, que fizesse um casamento que ela não montava boa parte da casa. Fora as massagens com o que ela aliviava as dores de trabalhadores e amigos com problemas de ciático e musculares.

Na chamada Revolução
Quando em 1964, ele sempre intercedeu para que não houves­se perseguição e nem exacerbações por parte dos poderosos. Na época era vice-prefeito. Houve uma articulação para der­rubada do prefeito Welson Gasparini, determinados políticos e outros com o mando na época. Foram consultá-lo e ele deixou bem claro: -“Se os senhores pretenderem derrubar o prefeito, não será desta forma que assumirei”. Com esta posição e de outros acontecimentos não houve a sessão da Câmara que pretendia colocar em seu lugar o presidente do Legislativo, da época. Tinha muita amizade com o prefeito Nogueira, mas todos os chefes do executivo transitavam pelo seu gabinete. Chegou a assumir a prefeitura por alguns meses e depois foi enfrentar um desafio que era administrar o DAERP.

Ícone
Em síntese, foi um ícone na imprensa e na política local, sem­pre procurando elevar o nome de Ribeirão Preto. Trabalhei com ele a maior parte de minha vida jornalística e devo a ele a minha ida para a Rádio 79 junto com Octávio de Souza Sil­veira. Colaborei no A Cidade por quase 40 anos e conheci este mestre na sua essência. Eu precisava fazer este reconheci­mento para colocar esta figura como exemplo para muitos que se iniciam no jornalismo atual.

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