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MARIA-FUMAÇA – ‘Amália’ nos 167 anos da cidade

FOTO: ALFREDO RISK

A maria-fumaça “Amália”, a locomotiva alemã Borsig retirada da praça Francisco Schmidt, na avenida Jerônimo Gonçalves, na divisa do Cen­tro Velho com a Vila Tibério, Zona Oeste, em 18 de julho de 2020, deve retornar a Ribeirão Preto entre esta quinta (15) e sexta-feira, 16 de junho. Po­rém, a apresentação ao público deve ocorrer no aniversário de 167 anos da cidade, celebrado na segunda-feira (19).

A máquina foi restaurada no ano passado e aguardava a conclusão do novo abrigo para retornar a Ribeirão Preto. A es­trutura começou a ser montada em 15 de fevereiro, no Parque Maurílio Biagi, na região Cen­tral. A edificação remete a uma miniestação ferroviária, com espaço para visitação da popu­lação. Está em fase de ajustes finais, praticamente concluída.

O retorno da locomotiva para Ribeirão Preto virou no­vela e já tem ao menos um ano de atraso. O novo espaço é cer­cado, mas a população poderá acessar a “estação” para ver a locomotiva com visitas moni­toradas e explicações sobre a história de “Amália”, a chegada e sua evolução na cidade e região, bem como a importância que o café teve para o município.

O local terá também se­gurança contra atos de van­dalismo, além de um projeto luminotécnico moderno e que destaca a importância do bem histórico. Em uma segunda etapa (com alguns ajustes me­cânicos) será possível que a lo­comotiva volte a funcionar para criar um passeio de trem no fu­turo, seguindo um roteiro turís­tico partindo de Ribeirão Preto.

A miniestação vai home­nagear Luiz Henrique Pascho­alin, ex-diretor administrativo financeiro da Secretaria da Cultura e Turismo de Ribeirão Preto e ex-diretor artístico do Theatro Pedro II. Ele morreu em 16 de janeiro de 2021, aos 58 anos, vítima de complica­ções da covid-19.

Além da atuação na cul­tura de Ribeirão Preto, Pas­choalin foi candidato a vere­ador nas eleições municipais de 2020, pelo Podemos, mas não se elegeu. O decreto do Executivo que denomina o es­paço foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de segunda-feira, 12 de junho, por meio de indicação ao pre­feito Duarte Nogueira (PSDB) feita pelo vereador Alessandro Maraca (MDB).

O nome
A locomotiva – batizada de “Amália” por causa da usina a que pertencia antes de ser do­ada ao município, o nome está gravado nas laterais do equipa­mento – ficará no parque por ser um lugar público, mas livre de depredação e vandalismo, além de oferecer segurança aos visitantes e ser de fácil acesso.

Furtos
Na praça Francisco Schmi­dt, na área da “cracolândia”, a maria-fumaça acumulava lixo e tinha virado abrigo para ra­tos, além de ser alvo de furtos de peças de cobre, ferro e aço nos últimos 48 anos. A partir dos trilhos principalmente da Companhia Mogiana de Es­tradas de Ferro, foi possível transportar mais rapidamente o café produzido na região na segunda metade do século 19.

Barões
Com isso, ela contribuiu para o enriquecimento e a fama de barões do café como Henrique Dumont (1832- 1892), pai do aviador Alberto Santos Dumont (1873-1932), e Francisco Schmidt (1850- 1924), que dá nome à praça em que a locomotiva alemã Borsig fabricada em 1912 estava ex­posta desde 1973.

Conppac
A maria-fumaça “Amália” é tombada pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac). Os trabalhos de restauração da locomotiva fo­ram realizados pela Associa­ção Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), em Cam­pinas. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo investiu R$ 749 mil na restauração.

Todos os componentes fo­ram restaurados ou substitu­ídos, quando não foi possível a recuperação. O trabalho foi acompanhado por um profis­sional especializado em patri­mônio cultural e ferroviário. A locomotiva Phantom, popu­larmente conhecida como ma­ria-fumaça, pertencia à Usina Amália e em 1912 foi doada para Ribeirão Preto pelas In­dústrias Matarazzo.

Borsig
O modelo é uma das três remanescentes do fabricante alemão Borsig no Brasil. As outras duas estão em Itapeti­ninga e Jaguariúna. Abando­nada, a ribeirão-pretana serviu durante muito tempo como dormitório de pessoas em situ­ação de rua e também de abri­go para usuários de drogas.

Ribeirão Preto tem outra maria-fumaça, a “Mogiana”, instalada na antiga Estação Ferroviária Mogiana, na Zona Norte. A Câmara pediu e o Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto aprovou seu tombamento. Duas entida­des querem usar as duas lo­comotivas para projetos de “trem turístico”.

A locomotiva “Amália” e os quatro metros de trilho que a sustentavam são os úl­timos resquícios da Estação Ribeirão Preto na Vila Tibé­rio, que funcionou a partir de 1885 e foi demolida em 1968. Naquele trecho existiu no passado a gare (plataforma) de embarque e desembarque por onde milhares de imi­grantes passaram para traba­lhar nas lavouras de café.

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