Tricolor busca ser clube mais inovador das Américas em 2030
A crise no futebol do São Paulo não impede que a diretoria sonhe alto. O clube lançou nesta terça-feira (21) um projeto para atrair startups e investidores por meio de seu centro de inovação e fez o plano de ser a agremiação mais inovadora do continente até 2030, ano em que completa 100 anos.
Em parceria com a FCJ Group e a Sportheca, foi criado o Inova São Ventures, uma Corporate Venture Builder, isto é, a criação de uma nova unidade de negócio. Isso significa que startups poderão entrar para o portfólio de produtos do São Paulo, que busca captar R$ 11 milhões até 2030 e gerar R$ 90 milhões em novos negócios.
“Temos o captador de recursos, o São Paulo, e já tínhamos a Sportheca. Temos uma trinca com possibilidades de testar soluções dentro do clube, temos um fundo regularizado e a metodologia. Com a maturidade conquistada, vamos buscar um caminho novo, diferente, que é pioneiro no Brasil”, afirma Eduardo Alfano Vieira, diretor institucional de inovação do São Paulo. “Vamos buscar soluções no São Paulo e vamos impactar toda a área do esporte”.
A presença do presidente Julio Casares na coletiva desta terça havia sido anunciada, mas o cartola faltou ao evento. “O difícil momento que atravessa nosso futebol o prende no CT da Barra Funda”, justificou Alfano.
O clube argumenta que se trata de uma nova unidade de negócios inédita no futebol brasileiro, capaz de abrir caminho para o clube se tornar o mais inovador do país em cinco anos, período do contrato com as empresas envolvidas no projeto. O Tricolor diz que não fará nenhum aporte financeiro, mas sim vai receber dinheiro de investidores interessados.
“O que o São Paulo está aportando é muito mais importante que dinheiro. É fã, é a marca, a grandeza, a estrutura”, diz Gustavo Verginelli, sócio da Sportheca, “fábrica de startups” focada em engajamento de fãs e envolvida na iniciativa.
De acordo com José Guilherme Oliver, diretor de inovação, a tecnologia é o ponto principal que vai beneficiar o São Paulo, que dentro de campo não tem rendido o esperado e vem de derrota por 3 a 0 para o Mirassol.
“O que diferencia, na Europa, é a tecnologia. É o que vai refletir na ponta. A recuperação do atleta, por exemplo. A gente ter a possibilidade de importar esses projetos que podem impactar o futebol na ponta é um dos pontos da nossa tese”, explica.
Na avaliação de Oliver, a iniciativa vai gerar economia para trazer tecnologia de ponta ao clube.
Os recursos poderão ser investidos na recuperação de atletas, por exemplo, e nos dados disponíveis aos analistas de desempenhos. “Esse trabalho, feito de forma cadenciada, vai render resultados daqui a pouco. Tomadas de decisões baseadas em dados, jogadores voltando de lesão mais rapidamente. São esses pontos de tecnologia que diferenciam o futebol lá fora. A tecnologia dá suporte ao treinador”.
“Independentemente do momento do São Paulo, ou você olha de forma muito estratégica para o futuro, ou você aproveita o que temos de robusto nos momentos de crise. No caso, nossa marca, nossa estrutura, nossos 22 milhões de torcedores em um projeto que vai trazer novas soluções”, afirma Oliver.

