Tribuna Ribeirão
Política

Edinho Silva destaca desafios do PT para 2026

"Não podemos cair na armadilha de nos comunicar como os fascistas fazem, que é com violência, agressividade e fake news", destaca Edinho Silva sobre a comunicação do Governo - Foto: Max Mesquita Galão

O presidente do PT classificou a gestão atual como um “governo de reconstrução”

No último sábado (8), ocorreu a Plenária do PT da Macro Ribeirão Preto no Cineclube Cauim, a qual contou com a presença de Edinho Silva, presidente nacional do PT. Em entrevista ao Tribuna Ribeirão, Silva comentou sobre os futuros desafios do partido, como políticas de segurança pública, projetos de energia limpa e reestruturação dos direitos dos trabalhadores.

Inicialmente, Edinho Silva destacou como a atual gestão do presidente Lula está buscando reconstruir programas e políticas públicas descontinuadas pelos governos anteriores. “Nós pegamos o país com um rombo de R$ 376 bilhões, com as políticas públicas todas desorganizadas, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) totalmente desestruturado. Tudo aquilo que tínhamos de políticas, o governo Bolsonaro desorganizou e criou instabilidade. […] Foram dois anos difíceis, mas o governo Lula aprovou a reforma tributária, conseguiu pôr em pé o PAC, voltou com o Bolsa Família e, até o final de 2026, serão entregues – ou que estarão em fase de construção – 3 milhões de unidades do Minha Casa, Minha Vida”, comentou.

Presidente Nacional do PT participou de plenária do partido, no CineClube Cauim

Apesar do foco na reestruturação das políticas públicas, o presidente do PT mencionou que determinados aspectos deverão ser melhorados nos próximos anos, dando ênfase à reforma e renovação das políticas de segurança pública. “O PT precisa ter um programa arrojado de segurança pública, nós sempre tivemos muitas dificuldades em lidar com esse tema. […] Nós queremos aprofundar um debate de segurança pública que passe por uma adoção de inteligência; hoje temos câmeras de monitoramento inteligentes, totens inteligentes que fazem rastreamento de placas de carro e reconhecimento facial. Portanto, é possível oferecer segurança pública sem necessariamente você transformar o tema em sinônimo de polícia que mata”, explicou Silva.

Segundo ele, sempre existirão momentos em que a polícia precisará atuar de maneira mais dura e repressiva, mas apenas quando batalhões forem designados a agir. Edinho Silva argumenta que o ideal seria ter a polícia comunitária atuando no cotidiano ao lado das novas tecnologias de vigilância. Não só isso, mas ele afirma que é preciso haver propostas e/ou projetos voltados para adolescentes em conflito com a lei, pois “se não cuidarmos do jovem e oferecer condições de estudo, trabalho e renda, ele vai ser cooptado por facções criminosas”.

Desafios ambientais

O presidente do PT também destacou os desafios ambientais como tema urgente. Para ele, o desastre ambiental no litoral norte de São Paulo em 2023, as enchentes no Rio Grande do Sul no ano seguinte e o recente tornado no Paraná evidenciam a questão da urgência climática e, para lidar com tais problemas, tanto o Brasil quanto o resto do mundo precisam tomar medidas imediatas.

Por fim, Silva falou sobre a implementação de reformas tributárias, cujo objetivo é proporcionar mais oportunidades para a classe trabalhadora e promover a igualdade. “Buscamos isentar cobranças do imposto de renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil, diminuir a carga tributária para quem ganha até R$ 7.200,00 e começar a tributar quem deveria pagar imposto e não – ou paga pouco, no caso da Bets –, tributando quem vive de dividendos, portanto os bilionários, tributando operações do sistema que não pagam tributos. Então eu penso que muito já foi entregue, mas temos desafios imensos pela frente”, concluiu.

Eleições de 2026

Além dos grandes desafios de política pública, meio ambiente, reformas tributárias e segurança pública, o PT também terá que passar pelas disputas eleitorais em 2026. De acordo com Edinho Silva, o partido precisará se despontar na comunicação.

“Quando você tem clareza na linha política, a comunicação vem. Você tem que ter clareza do que quer dizer para a sociedade. Por exemplo, o debate da reforma da renda, o debate da soberania nacional quando Donald Trump ataca o Brasil, nós nos comunicamos muito bem, porque a gente tinha clareza do que queríamos dizer”, afirmou Silva.

Quando questionado sobre a comunicação no meio digital, considerando os fortes discursos de partidos de extrema direita, o presidente do PT mencionou uma recente pesquisa divulgada pela consultoria Nexus, na qual aponta que o PT lidera o ranking de relevância de partidos políticos nas redes sociais. “Nós não podemos cair na armadilha de nos comunicar como os fascistas fazem, que é com violência, agressividade e fake news. Temos que entrar na defesa de propostas, no diálogo com a sociedade. Por mais que o algoritmo engaje menos, não podemos abrir mão da ética e da verdade”, argumentou.

Silva defendeu o quanto o presidente Lula é preparado e capaz de defender o Brasil em situações complexas e de repressão, usando o tarifaço do presidente estadunidense como exemplo, além de atencioso para com questões sociais, ambientais e culturais..

Por fim, Edinho Silva argumentou que, para o Brasil se desenvolver e atingir as metas de igualdade e cooperativismo, é essencial que as instituições governamentais abram espaço para a sociedade debater e decidir quais são as prioridades. “Nós temos em ascensão uma nova classe trabalhadora no Brasil, que muitas vezes não quer estar vinculada ao sindicato, mas eu penso que nós podemos organizar essa nova classe por meio da economia solidária, do cooperativismo, que são temas importantes que nós vamos debater no congresso do PT em abril de 2026, preparando ali um programa partidário que dê sustentação ao debate programático também do presidente Lula”, explicou.

“Também buscamos inserir na discussão temas como o desenvolvimento tecnológico, o projeto de desenvolvimento da Amazônia Legal, a questão da universalização da educação integral, da primeira infância, o financiamento do SUS e outros temas que dizem respeito ao cotidiano da sociedade”, concluiu Silva.

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