José Eugenio Kaça *
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Às vezes nos deparamos com situações em que a ficção se torna realidade. Na minha infância, eu gostava muito de ler livros e gibis, que contavam histórias de ficção, e estas histórias me faziam viajar no tempo, e viver estes personagens. Uma destas histórias contava que a Terra tinha sido invadida por alienígenas, que eram robôs, mas tinham assumido a forma humana, e que estavam substituindo todas as lideranças empresariais e políticas, sem que a população se desse conta do que estava acontecendo.Como toda história que se preza, sempre tem um mocinho, e este mocinho descobriu a trama, e tentou alertar as autoridades sobre a invasão, mas descobriu que as esferas inferiores do poder, já estavam dominadas pelos invasores. Resolveu ir ao Congresso Nacional, contar tudo para o presidente do Senado, achando que estava cumprindo seu dever de patriota, quando terminou a sua narrativa, o presidente sorriu, um sorriso irônico, e abrindo a camisa, mostrando que também era um robô.
No Brasil, os três poderes estão tornando está ficção uma realidade. Não estamos sofrendo uma invasão vinda de outras galáxias, e sim uma invasão cultural e de costumes, patrocinada pelo “Império”, e esta invasão é absorvida na integra pelos sabujos traidores da Pátria que estão no poder, que se viram pelo avesso, e lambem o chão por onde pisa o dono do “império”. Estas atitudes abrem às portas da delinquência moral e intelectual, poluindo o ambiente. Como lá no Império o golpista foi premiado com um novo mandato presidencial, os sabujos daqui tentaram percorrer o mesmo caminho, entretanto, não conseguiram consolidar o golpe, mas não desistiram, e a tentativa de golpe permanece no ar.
Na ficção, os alienígenas tomaram o poder, substituindo seus membros por robôs. No Brasil está invasão silenciosa aos poderes está sendo patrocinada pela mão invisível, mas poderosa do crime organizado. E é no o Poder Legislativo, que esta força invisível começa a dominar a situação, e o cheiro de podridão vai contaminando o ambiente, e corroendo os meandros dos poderes da República, enquanto isso a população assiste a tudo, e ainda tem que pagar a conta.O Congresso brasileiro abocanhou mais da metade do orçamento federal destinado aos investimentos, e não quer prestar conta, coloca uma faca no pescoço do Poder Executivo, usando de chantagem o tempo todo. O crime organizado se organiza espelhando os três poderes.
O Poder legislativo, que deveria representar o povo, e defender seus direitos; afinal foram eleitos para isso, no entanto, defendem e legislam de acordo com os interesses dos grupos a que estão vinculados. As leis ordinárias e a Constituição vão sendo alteradas e modificadas de acordo com os interesses do grupo. Quando achamos que já tínhamos visto todas as atrocidades e ilegalidades cometidas contra o povo brasileiro no apagar das luzes do ano legislativo – chegou o presente de Natal.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou a liberação dos crimes de ódio em templos religiosos, modificando a Lei 14532/2023 antirracismo – algo totalmente inconstitucional, mas esperar constitucionalidade destes crápulas é esperar demais. Pelo texto da lei, os homens ungidos estão liberados para cometer crimes de ódio, como racismo, LGBTfobia em templos religiosos, inclusive as pregações que são transmitidas pela internet, sem responder pelos crimes – tudo liberado.
A invasão dos poderes da República, não foi uma invasão alienígena, foi a consolidação do mau-caratismo e da bandidagem que tomou de assalto o País.
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação