O trabalhador da região Sudeste que usa voucher alimentação (cartão eletrônico ou papel) é o que mais gasta para almoçar fora de casa. É o que revela a pesquisa “Preço Médio da Refeição 2017” divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador (ABBT) nesta quinta-feira, 15 de março, Dia do Consumidor. O preço médio da refeição completa sai por R$ 34,49. O valor está acima da média nacional, que é de R$ 34,14. A cidade mais cara entre os municípios do interior paulista pesquisados é Ribeirão Preto, onde o almoço fora de casa sai por R$ 36,77 – superior ao cobrado em 19 capitais. A mais barata é a de São José dos Campos, com R$ 27,19.
O valor médio da refeição ribeirão-pretana subiu 16,8% de 2016 para o ano passado, segundo a ABBT – que antes era chamada de Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert). Passou de R$ 31,49 para R$ 36,77, acréscimo de R$ 5,28. O levantamento mais recente foi realizado em várias cidades brasileiras, sendo 22 capitais distribuídas pelas cinco regiões geográficas do país. Em 2016, a refeição fora de casa em Ribeirão Preto era a 25ª mais cara do Brasil. Hoje, o trabalhador ribeirão-pretano gasta cerca de R$ 735,4 por mês para se alimentar
Os dados por tipo de refeição não foram divulgados e, segundo a assessoria de imprensa da ABBT, deverão ser disponibilizados na semana que vem, junto com o ranking. No entanto, em 2016, nos restaurantes ribeirão-pretanos, o valor do comercial/ prato feito subiu 2,66%, de R$ 24,01 para R$ 24,65 (mais R$ 0,64). O self service (autosserviço, por quilo) aumentou 8,12%, de R$ 29,19 para R$ 31,56 (aporte de R$ 2,37). Já o preço do prato executivo despencou 19,28%, de R$ 55,01 para R$ 44,40 (desconto de R$ 10,61). O prato “à la carte” ficou 10,9% mais em conta, passou de R$ 62,74 para R$ 55,91 (corte de R$ 6,83).
Na região definida como interior paulista, foram pesquisadas mais quatro cidades além de Ribeirão Preto, e em outras duas a refeição também custa mais do que a média de todo o Brasil: Jundiaí (R$ 35,79) e Campinas (R$ 34,43). Apenas dois dos municípios visitados apresentaram preço inferior ao nacional: Sorocaba (R$ 31,97) e São José dos Campos (R$ 27,19). A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2017 com alta acumulada de 2,95%. É a menor taxa desde 1998. De acordo com o Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que calcula o indexador, os alimentos consumidos em casa (-4,85%) foram responsáveis pela queda na inflação. Entretanto, a alimentação fora de casa se manteve em alta no ano – de 3,83%, segundo o IPCA.
“Acreditamos que outros custos, como gás de cozinha, luz e água, por exemplo, pressionaram os estabelecimentos a fazerem o repasse para o preço final aos consumidores”, afirma Jessica Srour, diretora-presidente da ABBT. De acordo com a pesquisa, a cidade mais cara é Florianópolis (SC): o preço médio da refeição completa é de R$ 40,85. Já Campo Grande (MS) registrou o menor preço: R$ 26,23.
“Normalmente, cidades que são destinos turísticos têm preços mais altos que as demais. Por isso a pesquisa é importante. Ela auxilia os departamentos de recursos humanos das empresas a conceder o benefício alimentação com valor adequado para cada região, garantindo que o trabalhador se alimente de forma adequada e saudável”, ressalta Jessica.
Metodologia – Para chegar ao valor da refeição completa são pesquisados os preços do prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café praticados na hora do almoço. Os locais pesquisados são divididos em quatro categorias: comercial (estabelecimentos com serviço mais simples e que serve o popular “prato feito”), autosserviço (sistema self-service por quilo ou buffet a preço fixo), executivo (restaurante que oferece uma opção de prato do dia mais em conta que os demais apresentados no menu durante a semana) e a la carte (com ambiente mais sofisticado onde o consumidor escolhe o prato que será preparado na hora).