Elas têm flores chamativas, crescem rápido e parecem inofensivas à primeira vista. Mas por trás da aparência exótica e ornamental, duas espécies de árvores estrangeiras estão causando um verdadeiro pandemônio silencioso nos ecossistemas do Brasil
Lucio Mendes
Elas têm flores chamativas, crescem rápido e parecem inofensivas à primeira vista. Mas por trás da aparência exótica e ornamental, duas espécies de árvores estrangeiras estão causando um verdadeiro pandemônio silencioso nos ecossistemas do Brasil. A leucena e a bisnagueira, duas “moças bonitas” vindas de longe, estão tomando conta de florestas, praças e até calçadas, com uma voracidade que deixaria qualquer planta nativa de cabelo em pé, se plantas tivessem cabelo, claro.
A leucena, originária da América Central, é como aquela vizinha que chega para ajudar e acaba dominando a festa. Se espalha com velocidade espantosa, cresce até em solo maltratado e, para piorar, solta no chão substâncias que inibem outras plantas de crescer ao seu redor. Sim, ela joga sujo. Sem predadores naturais por aqui, virou praticamente dona do pedaço em áreas da Mata Atlântica. Resultado? Um deserto verde, monótono e hostil para insetos, pássaros e outros moradores da floresta.

Já a bisnagueira, vinda da África, é o tipo que conquista pelo charme. Suas flores alaranjadas viraram atração em várias cidades brasileiras. Só que esse colírio para os olhos esconde um problema: ela atrai tantas abelhas que desvia a atenção dos polinizadores das plantas nativas. É como um bufê grátis que faz todo mundo esquecer o restaurante do bairro. O resultado? A dieta da fauna fica desequilibrada, a diversidade vegetal some, e os ecossistemas começam a desandar.
As duas estrelas deste drama botânico são exemplos clássicos da invasão biológica, quando espécies de fora se instalam de vez em um novo território e, sem controle, começam a dar ordens. O impacto vai além da biodiversidade: muda o solo, a luz, os hábitos dos bichos e até a paisagem, que perde seu colorido natural para virar um “tapetão verde repetitivo”.
Para especialistas, o antídoto para essa novela tropical não é simples. Envolve combate direto com técnicas especializadas, plantio de espécies nativas, fiscalização e, claro, educação ambiental. Afinal, muitos dos vilões verdes chegaram aqui por boas intenções: eram usados para sombreamento, embelezamento de ruas ou reflorestamento barato.
Agora, o Brasil precisa correr contra o tempo para impedir que as “forasteiras floridas” virem protagonistas de um colapso ecológico anunciado. A luta é desigual, mas ainda dá tempo de devolver o palco à flora brasileira.
Porque preservar o que é nosso não é só uma questão de patriotismo ecológica, é garantia de sobrevivência para todos os que dependem da dança delicada e equilibrada da natureza.
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