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Bares e restaurantes contabilizam prejuízo

JF PIMENTA/ARQUIVO

Pesquisa realizada pela As­sociação Brasileira de Bares e Restaurantes Alta Mogiana (Abrasel) mostra que, ao con­trário do que se imaginava, o setor de bares e restaurantes teve mais um final de semana de pre­juízos. A reabertura do setor no último sábado, 24 de abril, nos moldes da fase de transição do Plano São Paulo, reduziu a capa­cidade máxima de atendimento para 25% e o horário de atendi­mento das 11 às 20 horas, medi­das que já foram vistas como uma derrota para o setor.

“Não faz sentido para um estabelecimento que já está operando com apenas um quarto de sua capacidade, com um distanciamento maior do que qualquer outro setor pode oferecer, ainda reduzir seu tempo de funcionamento. Essa conta nunca vai fechar se esta situação se manter”, afirma Renato Munhoz, presidente da Abrasel Alta Mogiana.

O presidente do conselho estadual da Abrasel São Paulo, Percival Maricato, reafirma que na prática as novas normas sanitá­rias para o setor atendem menos da metade dos estabelecimen­tos, pois a maioria dos bares e restaurantes trabalham no perí­odo noturno, servindo o jantar.

A pesquisa aponta que mes­mo sabendo das dificuldades, 95% dos empresários do setor na região optaram por abrir as portas e finalmente trabalhar. Apesar da expectativa, 69% dos estabelecimentos afirmam que tiveram mais um final de semana de prejuízos, mesmo com a reabertura. Isso ocorre por causa das contratações de mão de obra e da reposição de estoque, com baixa demanda.

Segundo o Plano São Paulo, a região do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII) de Ribeirão Preto, que abran­ge outras 25 cidades, e o res­tante do Estado estão na fase de transição, com alterações a partir deste sábado, 1º de amio, e prorrogação até dia 9. Res­taurantes, bares (sem atendi­mento no balcão), food trucks e similares poderão atender das seis às 20 horas, todos os dias, com 25% da capacidade.

De acordo com a Abrasel, em 26 de fevereiro, a DRS de Ribeirão Preto atingiu a taxa de ocupação de 77,2% e a re­gião foi rebaixada à fase ver­melha do Plano São Paulo. Na época, havia 295 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em 12 de abril, bateu o recorde de leitos abertos, con­tabilizando 435, ou 47,5% a mais se comparado com a data do rebaixamento.

Segundo a Abrasel, em 15 dias, de 12 a 27 de abril, foram retirados 21 leitos e ainda há o risco de mais vagas serem fechadas por falta de profissio­nais especializados e também devido ao custo de manuten­ção da uma UTI. A associa­ção diz que se Ribeirão Preto tivesse a mesma quantidade de leitos que a grande São Paulo tem proporcionalmente à sua população, a região teria 521 leitos de UTI covid-19.

A taxa de ocupação, que hoje é de 88,5% nas 26 cidades, seria de 70,2%. São Paulo tem 34,9 por 100 mil habitantes, enquan­to no DRS de Ribeirão Preto é de 27,7. Ou seja, pelo princi­pal índice, a cidade estaria na fase verde do plano São Paulo. “Não podemos mais aceitar os erros do Plano São Paulo. Res­peitamos a vida, obedecemos a todos os protocolos e temos direito ao trabalho previsto em constituição”, conclui Munhoz.

Segundo dados do Cadas­tro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) di­vulgados nesta semana pela Secretaria de Trabalho do Mi­nistério da Economia, no ano passado o setor fechou 2.143 vagas de emprego com cartei­ra assinada em Ribeirão Pre­to. No primeiro trimestre de 2021 já são 357 demissões – 48 em janeiro, 23 em fevereiro e 286 em março, nove por dia.

Principais pontos da pesquisa da Abrasel
– 95% dos restaurantes opta­ram por reabrir nesse primeiro final de semana
– 69% dos restaurantes não conseguiram ocupar nem os 25% permitidos
– 64% dos restaurantes afirmam que não tiveram lucro nesse final de semana
– 81% dos restaurantes tiveram queda do “delivery” ou estabili­dade, desses 45% caíram mais de 30% as vendas
– 72% dos restaurantes acredi­tam que o aumento do horário seja o mais importante para conseguirem sobreviver

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