Desde que se envolveu em um acidente de trânsito no dia 28 de setembro, supostamente embriagado, o vereador de Ribeirão Preto se afastou de suas atividades legislativas por estresse; novo atestado foi apresentado nesta segunda-feira
O vereador de Ribeirão Preto, Roger Ronan da Silva, o Bigodini (MDB), apresentou nesta segunda-feira, 6 de outubro, um novo atestado médico com dez dias de duração para justificar sua ausência das atividades parlamentares. Esta é a segunda vez consecutiva que ele se afasta sob recomendação médica por estresse. O primeiro atestado teve duração de quatro dias – entre 29 de setembro e 2 de outubro.
O novo atestado teve como motivação – classificação de doenças – o transtorno de estresse agudo, que é caracterizado por uma resposta emocional intensa a um evento traumático, com sintomas que surgem em até um mês após a exposição ao trauma. Os sintomas podem incluir ansiedade, insônia, irritabilidade e dificuldade de concentração.
O vereador se envolveu em um acidente de trânsito na madrugada de 28 de setembro e é investigado pela Polícia Civil por supostas incoerências entre o que ele afirmou no Boletim de Ocorrência (BO) e as imagens do acidente divulgadas nas redes sociais por pessoas que filmaram a ocorrência.
A polícia investiga se era ele que, segundo a Polícia Militar, na ocasião do acidente, apresentava sinais de embriaguez, quem dirigia o carro. Ou se o veículo era dirigido por sua namorada que não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Na Câmara ele é investigado pelo Conselho de Ética após o jornalista Rodrigo Leone impetrar um pedido de cassação e o Legislativo abrir um processo de investigação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Integram a Comissão de investigação, os vereadores Franco Ferro, Maurício Vila Abranches e Jean Corauci, que será o relator.
Na sexta-feira, 3 de outubro, o juiz Reginaldo Siqueira, da 1ª. Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto determinou, que a Câmara Municipal de Ribeirão Preto envie todas informações sobre o processo instaurado pelo Legislativo Municipal para investigar o vereador Roger Ronan da Silva, o Bigodini (MDB).
O pedido atendeu a um Mandado de Segurança impetrado naquela vara da Justiça pelo autor do pedido de cassação do parlamentar, o jornalista Rodrigo Leone. Ele questiona o rito adotado pela Câmara que, segundo ele, deveria ser o de instaurar uma Comissão Processante em vez de definir que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar analise o assunto. Pediu também que, liminarmente, o atual processo seja suspenso e que seja instaurado outro com a criação de uma Comissão Processante.
Leone afirma que com o atual rito adotado, existe a possibilidade de, em caso do vereador ser considerado culpado, ele não sofra sanções porque o rito estaria errado e poderia ser questionado pela defesa do parlamentar no Judiciário.
Na decisão, o magistrado estabeleceu o prazo de dez dias para que a Câmara e o Conselho de Ética enviem as informações. Somente após ele analisar os documentos e verificar eventual ilegalidade, será decidido se a Justiça concederá ou não o pedido de liminar para suspender o modelo adotado no caso Bigodini.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal é o órgão encarregado de analisar e investigar o descumprimento das normas de decoro parlamentar pelos vereadores. Atualmente é composto pelos vereadores Diácono Ramos (União Brasil), presidente, Franco Ferro (PP), vice, e Maurício Vila Abranches (PSDB), Brando Veiga (Republicanos) e Jean Corauci (PSD).

