Por: Adalberto Luque
Antônio Garnica e sua filha, Viviane Garnica Miotto, prestaram depoimento na manhã desta terça-feira (24) no âmbito das investigações sobre as mortes por envenenamento da professora de pilates Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos, ocorrida em 22 de março deste ano, e de sua cunhada Nathalia Garnica, de 42 anos, em 9 de fevereiro.
Antônio, ex-marido de Elizabete Eugênio Arrabaça Garnica e pai de Luiz Antônio Garnica — ambos presos como suspeitos da morte de Larissa — já havia sido intimado anteriormente, mas não havia comparecido.
Durante o depoimento, ele afirmou ter tido uma relação conturbada com Elizabete e revelou que, tempos atrás, descobriu que ela teria contratado uma apólice de seguro de vida em seu nome, colocando-se como beneficiária, sem seu conhecimento.

Viviane, por sua vez, relatou ter identificado 16 financiamentos realizados pela mãe, somando uma dívida aproximada de R$ 320 mil. Durante a investigação, veio à tona que Elizabete teria um vício em jogos, o que seria a origem das dívidas.
A filha também foi questionada por supostamente ter limpado o apartamento antes da chegada da polícia, na manhã em que a cunhada foi encontrada morta. Viviane teria sido uma das primeiras a chegar ao local e alegou que apenas limpou a sujeira feita pela cachorrinha da professora.
Pai e filha deixaram o local sem falar com a imprensa. Pelos depoimentos colhidos, a situação de Elizabete parece ter se agravado. Ela é apontada como principal suspeita pelas mortes da filha e da nora. No entanto, o médico Luiz Antônio Garnica, casado com Larissa, segue preso preventivamente.
Um dos pontos em apuração é o álibi do médico. Ele teria sido visto, na véspera da morte de Larissa, acompanhado de uma amante na fila de um cinema em um shopping center. Segundo a defesa, ele teria passado a noite e a madrugada com essa pessoa, retornando à residência apenas na manhã seguinte, quando encontrou a esposa já sem vida.

A defesa de Luiz Antônio sustenta sua inocência e reforça que Elizabete teria praticamente confessado os crimes, além de apresentar motivação financeira e emocional. “Ela fez movimentações bancárias suspeitas, acumulava dívidas, deixou uma carta e não há qualquer elemento que comprove a participação de Luiz”, disse o advogado Júlio Mossin.
Já a defesa de Elizabete tenta reverter a prisão preventiva, alegando que ela tem saúde frágil e deveria cumprir prisão domiciliar enquanto o processo segue em andamento.
A prisão temporária de mãe e filho, que já foi prorrogada uma vez, tem término previsto para 5 de julho. Até essa data, a Polícia Civil pretende concluir o inquérito e remeter o caso ao Ministério Público, que já indicou a intenção de denunciar ambos. Se isso ocorrer, deverá ser solicitada a conversão das prisões para preventiva.