Por: Adalberto Luque
O médico ortopedista Luiz Antônio Garnica e sua mãe, Elizabete Eugênio Arrabaça Garnica, investigados pela morte por envenenamento da professora de pilates Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos, tiveram a prisão temporária prorrogada por mais 30 dias.
A sentença foi do juiz José Roberto Bernardi Liberal, da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto e foi expedida no final da tarde desta terça-feira (3).
Na decisão, o juiz relata que o pedido merece acolhimento pois, de acordo com as provas produzidas pela investigação da Polícia Civil, há indícios de autoria dos investigados em relação ao crime em apuração.
“Busca-se, ademais, evitar que os investigados possam interferir na coleta de provas e na oitiva de novas testemunhas”, explicou, acrescentando “acentuada a necessidade de manutenção da prisão dos investigados, objetivando o necessário aprofundamento das investigações.”
Carta de Elizabete
O juiz também determinou que o teor de uma carta, redigida por Elizabete, fosse anexada ao inquérito. Na carta, a suspeita relata seu estado de saúde, descrevendo vários problemas clínicos, entre eles fraqueza, taquicardia, diarreia com sangue nas fezes, cólicas, suspeita de diverticulite, além da falta do remédio contra o Mal de Parkinson.

Cita que tem já autorizada uma cintilografia em um plano de saúde de Ribeirão Preto. Além disso, acredita estar com dengue. Elizabete também reafirma a inocência dela e de seu filho Luiz Antônio.
Sobre Nathalia, conta que ela era chefe da Vigilância Sanitária em Pontal e teria conseguido “chumbinho” para combater ratazanas, mas que a aconselhou a se livrar do veneno.
Na carta, Elizabete conta que, na cadeia, refletiu sobre tudo. E acredita que Nathalia teria colocado o veneno em cápsulas de um medicamento usado para tratar ácidos estomacais e asia. E que, quando a filha morreu, esteve na casa e pegou esse medicamento.

Elizabete conta que foi visitar a nora, de quem era muito amiga e que ambas viviam um luto – Larissa pela perda da mãe e ela pela perda de Nathalia. Disse ainda que Larissa tinha jantado uma marmita congelada e não estava muito bem. Pediu um remédio e Elizabete deu o suposto medicamento que desconfia estar com “chumbinho”.
Conclui dizendo que a nora a convidou para dormir lá, mas que foi embora e hoje sente a falta da filha e de Larissa, que era como uma filha também. A carta termina dizendo que ela e o filho são totalmente inocentes.
Prisão temporária
Com a autorização da prorrogação da prisão temporária, os Garnica seguem presos até o 05 de julho. Elizabete, agora, está presa na Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu, pra onde foi transferida após ter negado o pedido para cumprir prisão domiciliar por não ter requisitos necessários. Ela foi para Mogi Guaçu na manhã desta terça-feira (3).
Defesa de Garnica
O advogado Júlio Mossin, responsável pela defesa do médico Luiz Antônio Garnica, disse que a prisão de seu cliente é ilegal, que ele é totalmente inocente. Para Mossin, a carta, escrita por Elizabete, prova isso. Ele acrescentou que pretende pedir a revogação da prisão do ortopedista, além de requisitar uma nova oitiva de Elizabete, para que ela possa explicar o que está na carta.
Entenda o caso
Larissa foi encontrada morta em seu apartamento, no Jardim Botânico, zona Sul de Ribeirão Preto, na manhã de 22 de março. Seu marido, o médico ortopedista Luiz Garnica, foi quem encontrou o corpo caído no banheiro.
No primeiro boletim de ocorrência do caso, ele disse ter chegado e encontrado a mulher desfalecida. Depois colocou-a na cama, acionou a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas ela já estava morta e não reagiu aos estímulos.

O exame necroscópico foi inconclusivo em relação à causa da morte, mas exame toxicológico apontou que a professora foi envenenada por “chumbinho”. Depois de ouvir várias testemunhas, o delegado do caso, Fernando Bravo, pediu a prisão preventiva do médico e de sua mãe, Elizabete Eugênio Arrabaça Garnica, de 67 anos, por considerar ambos suspeitos de envenenar Larissa.
Bravo também pediu a exumação do corpo de Nathalia Garnica, irmã e filha dos suspeitos presos, por desconfiar que ela possa ter morrido envenenada, pois teve enfarte e tinha, a exemplo da cunhada Larissa, boa saúde. Ambas estão na mesma sepultura. A exumação foi feita no Cemitério de Pontal em 23 de maio. A conclusão dos exames pode levar até 60 dias.
Os advogados de defesa negam a culpa de seus clientes e ambos teriam ingressado com pedidos de habeas corpus, que foram negados. Uma das hipóteses investigadas pela Polícia Civil é que o crime possa ter ocorrido por conta de uma eventual partilha de bens em caso de divórcio da vítima.
_____
Jornal Tribuna Ribeirão
Um Jornal com a cara de Ribeirão!
Impresso | WEB | Redes sociais
Tribuna Ribeirão – Fone: (16) 3632-2200 – Whatsapp: (16) 98161-8743
Av. Barão do Bananal, 880 – Jardim Anhanguera, Ribeirão Preto
@tribunaribeirao
@meiaderibeirao
@dinoderibeirao
#TribunaRibeirão
#News
#Notícia
#RibeirãoPreto #NotíciasDeRibeirãoPreto
#ClassificadosTribunaRibeirão
#Jornalismo
#ClassificadosRibeirão