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Caso Nelson: perícia encontra sangue na empresa em Cravinhos

Delegado disse não ter dúvidas que vítima foi morta no imóvel e corpo teria sido jogado no Rio Grande, próximo a Miguelópolis

O empresário desaparecido e os suspeitos Marlon e Tadeu, segundo a Polícia Civil (Foto: Reprodução)

Por: Adalberto Luque

O delegado Seccional de Ribeirão Preto, Sebastião Vicente Picinato, disse não ter dúvidas de que o empresário Nelson Francisco Carreira Filho, de 44 anos, foi morto na empresa onde ele costumava participar de reuniões de negócios semanais.

A pedido da Polícia Civil, o Instituto de Criminalística esteve no local, na esquina das ruas Manoel Gomes dos Santos e Alfeu Gasparini, em Cravinhos, para realizar perícia, na noite desta terça-feira (27). Os peritos usaram luminol, um reagente químico que pode indicar presença de sangue humano.

Segundo Picinato, foi confirmada a presença de sangue humano num ralo, numa mangueira e num rodo. Também foi notado que o local havia sido lavado e o chão foi pintado com tinta epóxi, mas ainda assim, os peritos localizaram indícios de sangue.

Apesar de empresa ter sido limpa, com chão pintado, peritos usaram luminol e encontraram sangue humano no ralo, rodo e mangueira (Foto: Google Street View/Reprodução)

Picinato disse não ter dúvidas de que Nelson foi assassinado naquele local. A Polícia Civil acredita que seu corpo tenha sido jogado no Rio Grande, próximo a Miguelópolis.

Prisão temporária

A Justiça de Cravinhos determinou, nesta terça-feira (27) a prisão preventiva do empresário Marlon Couto Paula Júnior, de sua esposa Marcela Silva de Almeida e de Tadeu Almeida Silva, que é tio de Marcela. Até a publicação desta reportagem eles não foram localizados e são considerados foragidos.

Em seu despacho, o juiz Rodrigo Brandão Sé justificou que Marlon Couto teria agido de forma fria e o relato de Tadeu Silva foi preciso em relação à forma como a vítima foi abordada e os meios empregados na consumação do delito, entre outros tópicos.

O advogado de Tadeu, Renato Savério, disse que seu cliente foi ouvido pela polícia e admitiu ter escutado o tiro, visto o corpo de Nelson e recebido uma ordem de Marlon para embalar o corpo e levar o carro do homem para São Paulo, onde morava.

Segundo Savério, ele ajudou na ocultação do cadáver e a levar o carro para a Capital por se sentir ameaçado e teme por ele e sua família. Tadeu conduziu o veículo e o deixou na rua Clara de Oliveira, bairro do Chora Menino, zona Norte da Capital.

O advogado de Marlon Couto, Nathan Castelo Branco, disse ontem que seu cliente negou participação, que estaria assustado com o envolvimento de seu nome e que estaria viajando. Castelo Branco também acrescentou que ele vai se apresentar e esclarecer tudo.

Carro de Nelson teria sido levado para a Capital por um dos suspeitos, que o abandonou próximo da casa da vítima (Foto: Divulgação)

A reportagem não conseguiu confirmar o advogado de Marcela, esposa de Marlon. Ela teria ido a São Paulo no dia da morte de Nelson, acompanhando o marido para, supostamente, prestar solidariedade à família do desaparecido.

Sobre o fato dos três serem considerados foragidos, a reportagem entrou em contato com os advogados de defesa. Apenas Renato Savério, advogado de Tadeu, retornou com informações.

“Eu que orientei ele não se apresentar ainda. Porque estou tentando um acordo com o delegado e com o Ministério Público, no sentido da colaboração. Ele já colaborou bastante, já prestou depoimento sem a presença de advogado, já apontou quem efetuou o disparo, já falou que levou o carro para São Paulo, que era aquela pessoa que estava dirigindo o veículo. Ele apontou também a parte da empresa onde aconteceu o crime. Tudo o que ele disse, bateu na empresa com o teste do luminol”, explica Savério.

De acordo com o advogado, Tadeu já contribuiu com tudo o que tinha para contribuir. “E outra, ele pode contribuir mais ainda, levando até o local onde supostamente foi desovado o corpo, que é um rio. Pode também contribuir com uma eventual reconstituição do crime. Estou pleiteando com o MP pela não decretação da prisão preventiva dele. Ele se apresenta, cumpre a temporária, mas não decreta a preventiva. Alguma outra medida cautelar adversa da preventiva, porque ele já contribuiu bastante e tem bastante a contribuir, ainda”, conclui.

A Polícia Civil realizou buscas em endereços ligados aos procurados. Estiveram no condomínio de alto luxo onde mora o casal Marlon e Marcela, no bairro Altos do Castelo. Também foram a imóveis nos bairros João Berbel e Jardim Botânico, todos em Cravinhos, além de dois imóveis em Ribeirão Preto, no Planalto Verde e Jardim Paulistano. Ninguém foi localizado.

Depoimento

Em depoimento feito à Polícia Civil, Tadeu, que é tio da esposa de Marlon, disse que não estava no local onde ocorreu o disparo, estava próximo. Mas ao ouvir o tiro, foi até lá e viu o corpo de Nelson caído e sangrando na cabeça.

Nelson está desaparecido desde 16 de maio e seu carro foi fotografado em praça de pedágio na região (Foto: Redes Solciais/Divulgação)

De acordo com o depoimento, Marlon teria pedido para que ele pegasse uma lona usada por pintores que estavam trabalhando na reforma do imóvel e enrolasse o corpo de Nelson. Tadeu disse que fez isso. Depois o suposto autor do crime pediu que ele fosse comprar refrigerante e água.

Quando voltou, recebeu a incumbência de levar o carro de Nelson para a Capital, recebendo o endereço de onde deveria deixá-lo e orientado a usar o boné que a vítima usava. Tadeu também relatou que Marlon disse que jogaria o corpo no Rio Grande, em Miguelópolis, onde ele tem um rancho.

Tadeu também disse que um possível motivo para desentendimento entre Nelson e Marlon seria uma marca pertencente ao empresário paulistano. Trata-se do suplemento “Bariatric Golden”, que pertence a Nelson. Marlon teria um acordo de efetuar pagamentos mensais para continuar usando a marca, caso contrário Nelson ameaçava tirar o site do ar. A polícia acredita que isso possa ter motivado o crime.

O depoimento também registrou a negociação em torno da Marca. Tadeu relatou que Nelson cobrava algo entre R$ 90 e R$ 100 mil por mês para que Marlon pudesse usar a marca.

Entenda o caso

Nelson Francisco Carreira Filho, de 44 anos, atua na venda online de suplementos alimentares. Segundo sua família, ele vinha semanalmente a Cravinhos para reuniões de negócios com Marlon Couto.

Em 16 de maio, o empresário paulistano foi a Cravinhos para nova reunião. Desde então não foi mais visto. Ele costumava almoçar com Couto após as reuniões, mas o empresário de Cravinhos disse que Nelson recebeu uma ligação da esposa lembrando sobre um compromisso logo mais à noite e o homem saiu apressado.

Seu carro foi visto em duas praças de pedágio da região, em São Simão e Santa Rita do Passa Quatro, respectivamente às 15h14 e 15h28. Depois câmeras de segurança na avenida Engenheiro Caetano Álvares, no bairro do Limão, também registraram sua passagem por volta das 19h00, quando o condutor teria cometido uma infração de trânsito.

O carro do empresário paulistano foi abandonado em uma rua na zona Norte, próximo de onde ele morava. Estava com os vidros traseiros abertos, sem sinal de arrombamento ou violência.

Câmeras de segurança também registraram um homem magro, com roupas pretas, usando um boné, que foi reconhecido pela família de Nelson. Seria de um clube de motociclistas que o empresário participava.

O advogado de Tadeu Silva disse que seu cliente confirmou ter sido ele quem levou o carro da vítima para a Capital e que usava o boné de Nelson.

A polícia acredita que Marlon tenha, por algum motivo a ser esclarecido, atirado em Nelson na sede da empresa, em Cravinhos. Tadeu ouviu o disparo e viu o corpo caído.

Marlon teria ordenado que ele embalasse o corpo, que foi jogado no Rio Grande, próximo a Miguelópolis. O corpo foi, na opinião da polícia, jogado no Rio Grande, mas ainda não foi encontrado. As investigações prosseguem.

(atualizada às 12h58)

 

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