A inflação medida pela Abrasmercado – cesta composta por 35 produtos de largo consumo, dentre eles alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza –, que mede a variação de preços nos supermercados, acelerou de 0,73% em fevereiro para 0,74% em março, após alta de 0,78% em janeiro.
Fechou 2024 com aumento de 1,82% em dezembro. Encerrou o primeiro trimestre de 2025 em R$ 812,54, alta de 2,26% em relação aos R$ 794,56 dos três meses anteriores – de outubro a dezembro –, aporte de R$ 17,98. O aumento de março foi o sétimo seguido de inflação nos supermercados.
Já havia registrado alta de 3,02% em novembro, de 2,44% em outubro e 0,90% em setembro. Houve deflação de 1,32% em agosto. Agora, passou de R$ 806,61 em fevereiro para R$ 812,54 em fevereiro na média nacional, acréscimo de R$ 5,93 e pela terceira vez seguida acima R$ 800 pela em 25 anos.
O valor absoluto de março é o mais elevado da série histórica, que começou em agosto de 2001, superando o do mês anterior. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira, 30 de abril, pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A maior variação mensal em 25 anos pertence a novembro de 2022, de 7,24%.
Fechou o ano passado com inflação acumulada de 9,96%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou março em alta de 0,56%, de 2,04% no trimestre e de 5,48% em doze meses. O grupo Alimentação e Bebidas registrou aumento de 1,17% no período. Em doze meses, os alimentos sobem 7,68%.
Em doze meses, a cesta da Associação Brasileira de Supermercados com 35 produtos de largo consumo sobe 10,20%, ante 9,22% até fevereiro. São R$ 75,21 a mais que os R$ 737,33 de março de 2024, segundo a metodologia da Abras. Fechou 2023 com deflação de 4,22%, maior queda anual registrada desde 2017, quando ficou em -7,05%.
A região Sudeste apresentou alta de 2,57% no trimestre, com valor médio de R$ 831,96 ante R$ 811,09 dos três meses anteriores – de outubro a dezembro –, acréscimo de R$ 20,87. Subiu 0,98% em relação aos R$ 823,86 de fevereiro, acréscimo de R$ 8,1.
Variações – Os preços da carne bovina recuaram no primeiro trimestre de 2025. O corte do traseiro acumulou queda de 1,86% no período, com retração mais expressiva em março (-3,40%). O corte do dianteiro, por sua vez, registrou baixa de 1,28%, sendo o principal recuo observado em janeiro (- 1,45%).
Esse movimento ocorre após a sequência de altas no último trimestre de 2024, que levou os cortes do dianteiro e do traseiro a subirem respectivamente 25,25% e 20,05% no ano, devido às queimadas, do aumento das exportações e da maior demanda interna.
Além da carne bovina, outros itens básicos da cesta registraram deflação no trimestre, como o óleo de soja (-4,77%), o feijão (-3,93%) e o arroz (-3,91%).
No grupo de hortifrutigranjeiros, a queda mais expressiva foi a da batata, que acumulou retração de 14,77%.
Em contrapartida, alguns produtos apresentaram aumentos significativos. O tomate liderou as altas, com elevação de 52,90%, seguido pelos ovos (31,70%), café torrado e moído (30,04%) e cebola (11,51%). Também registraram elevação os preços do queijo muçarela e prato (2,90%).
Outras altas ocorreram em frango congelado (2,86%), da margarina cremosa (2,55%), do leite em pó integral (2,49%), biscoitos maisena e cream cracker (2,29%), refrigerante pet (2,18%), sal (1,99%), extrato de tomate (1,63%), farinha de mandioca (1,21%) e leite longa vida (0,70%).
Na categoria de limpeza, todos os quatro itens monitorados registraram alta no trimestre: desinfetante e água sanitária (2,04%), detergente líquido para louças (2,01%) e sabão em pó (1,42%). No segmento de higiene e beleza, os aumentos foram puxados por sabonete (1,32%), creme dental (1,26%) e xampu (1,03%).
Básicos – Na cesta de alimentos básicos (que monitora doze produtos), os preços também subiram pelo sétimo mês seguido ao apresentarem alta de 0,99% em março, ante 0,70% em fevereiro, 0,10% em janeiro, 2,03% em dezembro, 2,97% em novembro, 3,31% em outubro e 1,32% em setembro.
Encerrou o primeiro trimestre de 2025 em R$ 351,42, alta de 1,79% em relação aos R$ 345,23 dos três meses anteriores – de outubro a dezembro –, aporte de R$ 6,19. É o valor mais alto em doze meses. Em relação aos R$ 347,99 de fevereiro, o aporte chega a R$ 3,43, aumento de 0,99%. Em doze meses, são R$ 40,40 a mais que os R$ 311,02 de março de 2024, alta de 12,99%
Entre os produtos que mais contribuíram para essa elevação destacam-se o café torrado e moído (30,04%), seguido por queijo (2,90%), margarina cremosa (2,55%) e açúcar refinado (1,99%). Em sentido oposto, caíram os preços de óleo de soja (-4,77%), feijão (-3,93%) e arroz (- 3,91%).
A região Sudeste apresentou alta de 1,78% no trimestre, com valor médio de R$ 363,52 ante R$ 357,14 dos três meses anteriores – de outubro a dezembro –, acréscimo de R$ 6,38. Subiu 1,05% em relação aos R$ 359,75 de fevereiro, acréscimo de R$ 3,77.