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Cresce a violência doméstica na quarentena

DIVULGAÇÃO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Durante o período de iso­lamento no Estado de São Paulo, que teve início em 24 de março, a Polícia Civil am­pliou os crimes que podem ser registrados por meio da delegacia eletrônica. No dia 3 de abril, a natureza “violência doméstica” foi inclusa nessas possibilidades. Essa atitude tem encorajado vítimas a de­nunciarem seus agressores.

No período de abril a ju­nho, os delitos dessa nature­za, registrados online, repre­sentam quase 20% do total de boletins computados. No segundo trimestre do ano, foram registrados 5.558 casos de violência doméstica, de um total de 29.117 registros, de acordo com dados da Se­cretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).

Assim como nos demais casos registrados pela delega­cia eletrônica, os boletins de violência doméstica passam por uma triagem e são en­caminhados às delegacias de defesa da mulher (DDMs), correspondentes à região de cada ocorrência. Nas cidades que não possuem a especiali­zada, o caso é direcionado à delegacia territorial corres­pondente à residência da ví­tima, cabendo aos delegados responsáveis providenciar as diligências e perícias neces­sárias, assim como entrar em contato com as denunciantes.

Desde que entrou em fun­cionamento, no ano 2000, a delegacia eletrônica já regis­trou mais de 11 milhões de ocorrências. Apesar da pos­sibilidade de comunicar por meio desta ferramenta casos de violência doméstica, as delegacias territoriais seguem funcionando normalmente.

Em Ribeirão Preto, a de­legacia especializada se en­contra na avenida Costábile Romano, no bairro Nova Ribeirânia, na zona Leste da cidade, e pode ser contatada pelo número (16) 3610-4499. Em casos de urgência e emer­gência, a Polícia Militar (190 ou 3632-4747) ou Guarda Ci­vil Metropolitana (153) tam­bém podem ser acionadas.

Caso recente
Um caso recente de femini­cídio foi registrado em Ribei­rão Preto e o suspeito preso. O crime ocorreu no último dia 22 de julho, quando uma mu­lher, de 31 anos, foi encontra­da morta em frente à casa em que morava no Jardim Hele­na, na zona Leste da cidade.

De acordo com informa­ções da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, a mulher foi atingida por golpes de faca e morreu no local. Na opor­tunidade, a vítima ainda teria sido agredida com um pedaço de pau pelo criminoso. Após o crime, o suspeito chegou a ser agredido por populares, mas conseguiu fugir.

Homem é detido suspeito de matar mulher a facadas em Ribeirão Preto

A Polícia Civil iniciou as investigações do caso e, no dia 28 de julho, agentes da 3ª Delegacia de Homicídios do Deic de Ribeirão Preto cum­priram o mandado de prisão da 2ª Vara do Júri e das Exe­cuções Criminais.

Na oportunidade, o ho­mem foi detido em Barretos (à cerca de 130 Km de Ribei­rão) e foi encaminhado até a Central de Polícia Judiciária (CPJ), onde permaneceu à disposição da Justiça.

Nova conquista
Nessa última quinta-fei­ra, 13 de agosto, a Polícia Civil do Estado de São Paulo anunciou que todas as Dele­gacias de Polícia de Defesa da Mulher (DDMs) no território paulista passam a atender ví­timas de violência doméstica, familiar ou crimes contra a dignidade sexual levando em conta a identidade de gênero e não apenas o sexo biológico.

De acordo com a delegada Jamila Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) em São Pau­lo, a mudança não significa que transexuais eram impe­didas anteriormente de serem atendidas nessas unidades. Entretanto, a reformulação do decreto traz mais seguran­ça e garantias a este público no momento de registrar o boletim de ocorrência.

“A intenção foi deixar cla­ro que nós, como instituição, não atendemos essas vítimas conforme o sexo biológico, mas sim pela maneira como elas se enxergam. É desta for­ma que trabalham as DDMs”, destacou Jamila.

Outros crimes
Apesar dessa representa­tividade dos casos de violência doméstica durante a quarente­na, a região de Ribeirão Preto terminou o primeiro semestre do ano com redução nos ho­micídios dolosos e em todas as modalidades de furtos.

Também houve queda nos roubos em geral, de veículo e de carga, bem como nos casos de estupros e extorsão mediante sequestro, segundo dados da SSP.

De janeiro a junho des­te ano, os casos e vítimas de mortes intencionais caíram 18,5% e 20,9%, respectivamen­te, apresentando as menores quantidades da série histórica, iniciada em 2001. O primeiro indicador passou de 108 para 88 (20 a menos) e o segundo de 115 para 91 (24 a menos).

Com isso, as taxas dos úl­timos 12 meses (de julho de 2019 a junho de 2020) recua­ram para 5,54 casos e 5,74 ví­timas para cada grupo de 100 mil habitantes. Os índices são os menores da série histórica.

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