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Dengue dispara e passa de 7 mil

Ribeirão Preto deve ul­trapassar o total de casos de dengue registrado em 2022. O número de ocorrências em 2023 já representa 99,4% das 7.483 do ano passado. São 7.436 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da do­ença, do zika vírus e da febre chikungunya – entre 1º de janeiro e quarta-feira, 24 de maio, uma nova epidemia. A cidade também confirmou mais uma morte em decor­rência da doença, a terceira em 2023.

Os dados do painel da Se­cretaria Municipal da Saúde mostram ainda que a cidade já superou o total registrado nos cinco primeiros meses do ano passado, de 5.971. São 1.465 a mais, alta de 24,5%. A média em 2023 é de incrí­veis 52 casos por dia, mais de dois por hora. Ribeirão Preto fechou 2022 com 20 ocorrên­cias diárias, em média. Em uma semana foram confir­mados mais 1.006.

Ainda há 15.853 em inves­tigação. O volume de chuva bateu recordes no município no verão e início de outono. Somado à falta de atenção e cuidado da população, propi­ciou o surgimento de criadou­ros e a proliferação do mos­quito Aedes aegypti. São 741 casos de dengue em 24 dias de maio, contra 1.963 do mesmo período do ano passado, 1.222 a menos, recuo de 62,3%.

A cidade fechou maio de 2022 com um total de 2.215 ocorrências. Abril já soma 2.922 casos, 435 a mais que os 2.487 do mesmo período do ano passado, alta de 17,5%. O município teve 398 ocorrên­cias em janeiro, 884 em feve­reiro e 2.491 em março.

O número de casos de den­gue no ano passado, em Ribei­rão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.483 vítimas do mosquito Aedes ae­gypti, contra 360 de 2021. São 7.123 a mais em 2022 e alta de 1.979%. A média de infec­ções no ano passado foi de 20 pacientes por dia na cidade, quase uma por hora. Os nú­meros mudam toda semana.

Alerta
O aumento de casos da do­ença acende o sinal de alerta na cidade, ainda com volume de chuva bem acima da média para o período. Em 2021, o nú­mero de casos despencou em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Boletim Epidemio­lógico, divulgado pela Secre­taria Municipal da Saúde, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos.

Faixa etária
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue havia sido há três anos, na primeira metade de 2020, a sexta em pouco mais de uma década. Na época, a média di­ária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora.

Neste ano, das 7.436 víti­mas, 2.468 pessoas têm entre 20 e 39 anos, outras 1.818 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 1.279 estão entre 10 e 19 anos, 942 têm mais de 60 anos, 653 são crianças de 5 a 9 anos, 234 têm entre 1 e 4 anos e 42 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 2.828 casos na Zona Leste, 1.548 na Oeste, 1.084 na Nor­te, 952 na Sul e 911 na Central, além de 113 sem identificação de distrito.

Chikungunya
Em 14 anos, Ribeirão Pre­to já registrou 156.269 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 625.076. Em 2021, a cida­de também teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram cinco ocorrências, qua­tro importadas. Neste ano são 33 casos, dez importados.

Não há casos de zika vírus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, a cidade registrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totalizan­do 83 desde então. Não há ocor­rências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue estão dentro das casas da cidade. A prefeitura tem realiza­do vários mutirões para recolher criadouros do vetor, mas a po­pulação tem de colaborar.

No último sábado (20), a Divisão de Vigilância Am­biental em Saúde visitou 2.102 imóveis, entre residências e terrenos baldios, e encontrou e eliminou 45 focos do mos­quito transmissor nos jardins Independência, Castelo Bran­co, Florestan Fernandes e Diva Tarlá, no Centro e na Vila Amélia. No total, foram reti­rados 309 quilos de criadou­ros do mosquito, além de 34 pneus. Participaram da ação 88 funcionários com onze via­turas e um caminhão.

Ribeirão Preto já tem três mortes em 2023
Ribeirão Preto já registrou três mortes em decorrência da do­ença neste ano (não há informa­ções sobre as vítimas disponíveis no painel da Secretaria Municipal da Saúde) e uma em 2022. Em 2021, não houve óbitos na cidade. Em 2020, ocorreram onze mortes, mas um caso era importado de São Simão.

No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrên­cias fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016). Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.

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