Dois estudantes universitários foram internados em estado grave após participarem de um evento estudantil em Jaboticabal (SP) no último domingo (25). Segundo relatos de familiares, os jovens teriam sido submetidos a práticas que envolvem consumo excessivo de álcool. Ambos precisaram ser intubados, mas já receberam alta.
O episódio ocorreu durante o “esquenta” de uma tradicional festa acadêmica que marca a contagem regressiva para a formatura de alunos veteranos. A celebração, que estava programada para a segunda-feira (26), foi adiada após o ocorrido.
De acordo com informações da prefeitura, sete estudantes precisaram de atendimento médico. Cinco foram liberados no mesmo dia, enquanto dois foram encaminhados para a UTI, diagnosticados com quadro de coma alcoólico.
Organização nega coação
A comissão organizadora do evento negou qualquer obrigatoriedade no consumo de bebidas alcoólicas. Segundo a defesa do grupo, não houve imposição ou incentivo para que os estudantes bebessem, e que a responsabilidade pelas práticas dentro das repúblicas cabe aos próprios moradores.
Ainda segundo a organização, a distribuição das pulseiras de acesso à festa é feita diretamente pelos formandos, que decidem livremente os critérios dentro das 32 repúblicas vinculadas ao evento.
Também foi informado que há uma prática comum entre estudantes que optam por não consumir álcool: o uso de placas indicando essa condição, como forma de sinalização para os demais participantes.
Apesar da declaração, familiares relataram que os calouros foram obrigados a ingerir grandes quantidades de bebidas e alimentos como alho e cebola para obter as pulseiras que garantiam acesso à festa principal.
Polícia e universidade apuram responsabilidades
O caso foi registrado na Polícia Civil como lesão corporal. As autoridades apuram se houve prática de coação, trote, distribuição forçada de álcool ou a presença de outras substâncias nas bebidas consumidas.
Paralelamente, a instituição de ensino instaurou um procedimento interno para apuração preliminar dos fatos, com a oitiva de estudantes e levantamento das circunstâncias que levaram aos atendimentos médicos.
As investigações seguem em andamento, e tanto a universidade quanto as autoridades aguardam laudos periciais para definir eventuais responsabilidades e medidas cabíveis.
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