Tribuna Ribeirão
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Estudos não comprovam a eficácia da ivermectina

A ivermectina, usada para tratamento contra parasitas em seres humanos e animais, é tida como a nova medicação que irá curar – ou prevenir – a infecção contra o coronavírus. Mesmo sem nenhum estudo conclusi­vo comprovando a eficácia do remédio para tratar a covid-19, o Sindicato do Comércio Vare­jista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sinco­farma) confirma que houve um aumento das prescrições, mas especialistas alertam para os ris­cos de uso indevido.

Cientistas australianos pu­blicaram em junho um estudo científico informando que o re­médio conseguiu parar a repli­cação do vírus em laboratório. Foi o bastante para que muitos corressem até a farmácia para obter a medicação que é indi­cada para tratar de verminose, sarna e bicho geográfico. Profes­sora associada do departamento de Microbiologia da UFMG, Gi­liane de Souza Trindade afirma que é necessário que as pessoas saibam a diferença de um teste feito em laboratório para outro aplicado em seres vivos.

“As pessoas ignoram isso, fi­cam procurando uma fórmula mágica. É a mesma coisa da clo­roquina (que também não tem eficácia comprovada).” A Agên­cia Nacional de Vigilância Sani­tária (Anvisa) já havia soltado uma nota no dia 10, informan­do que os estudos relacionando a ivermectina ao tratamento da covid-19 não eram conclusivos. O texto também afirma que o uso do medicamento para in­dicações não previstas na bula é de escolha e responsabilidade do médico prescritor e que não existem remédios aprovados para prevenção ou tratamento da doença no Brasil.

“O uso desse remédio cria uma falsa sensação de seguran­ça, com efeitos alérgicos e alte­ração no fígado”, explica Jean Gorinchteyn, infectologista do Hospital Emílio Ribas e Albert Einstein. A auxiliar administra­tiva Nilza da Silva Gomes, de 49 anos, moradora de Sorocaba, no interior de São Paulo, tomou a ivermectina como prevenção contra a covid-19. Seu marido, da mesma idade, e a filha de 15 anos também fizeram uso do medicamento.

“Não sentimos nada dife­rente, nenhum efeito colateral”, afirmou. “Isso não significa que a gente vai se descuidar das medidas preventivas, como o distanciamento social e o uso de máscara. É só uma preven­ção a mais”, justificou Nilza. Ela contou que o medicamento, em falta nas farmácias, foi com­prado pela sua patroa. “Ela en­comendou para a família dela e nos deu as doses de presente. Como a gente já toma outro re­médio para verme anualmente, achamos que não teria nada demais, mas o propósito era mesmo de prevenção contra a covid”, disse.

Como a dosagem leva em conta o peso corporal, Nilza e a filha tomaram dois comprimi­dos cada. Já o marido fez uso de três. A dosagem foi repetida de­pois de 15 dias, no último dia 10. Nilza disse que sua patroa testou positivo para o vírus durante o tratamento com ivermectina. “Ela tinha tomado a primeira dose, quando fez o exame sim­ples e deu positivo. Então ela tomou a segunda dose fez um novo exame mais completo. Aí deu negativo.”

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