Raisa Toledo (AE)
A professora Melina Fachin, diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e filha do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, manifestou apoio público nesta quarta-feira, 15 de outubro, à indicação de uma mulher para a vaga que será aberta na Corte com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso.
Ela publicou no Instagram uma citação da ex-ministra da Suprema Corte dos Estados Unidos, Ruth Bader Ginsburg, que se destacou por sua atuação progressista: “Às vezes me perguntam quando haverá mulheres suficientes (na Suprema Corte), e eu respondo:
‘Quando forem nove’. As pessoas ficam chocadas. Mas já houve nove homens, e ninguém jamais questionou isso”, diz a frase.
Na legenda, Melina comentou: “É sobre isso! Nada sobre nós, sem nós!!! #umamulhernoSTF”.
A professora também republicou nos stories uma série de pedidos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolha uma mulher para o cargo, entre eles postagens de acadêmicas como Debora Diniz e Lilia Schwartz.
Na terça-feira (145), a cantora Anitta também fez um apelo a Lula pelas redes sociais. “Tenho certeza que existem mulheres qualificadas para o cargo no nosso País onde a maioria da população é mulher. Compartilho com toda esperança”, escreveu ela.
Lula tem recebido pressão de entidades e já recebeu uma lista com sugestões. No entanto, como mostrado pelo Estadão, pessoas próximas do presidente dão como certa a nomeação do atual advogado-geral da União, Jorge Messias.
É possível, segundo apurado, que uma mulher ocupasse o lugar de Messias na Advocacia-Geral da União (AGU) para “amenizar” o impacto da nomeação por Lula de mais um homem para o STF, o terceiro de seu mandato atual.
Ministros com maior interlocução política preferem que o presidente Lula escolha o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a cadeira deixada por Luís Roberto Barroso.
Mas o parlamentar não é unanimidade da Corte: outros ministros apostam que o advogado-geral da União, Jorge Messias, seria uma opção melhor para ocupar a vaga. A bancada no STF que apoia Pacheco na disputa inclui os principais interlocutores de Lula na Corte: Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Cármen Lúcia, que é próxima do senador, completaria o time.
Messias é evangélico. Espera-se dele, portanto, uma posição conservadora em votações sobre temas de costumes – o processo do aborto, por exemplo. Nesse aspecto, tem mais afinidade com outra ala do tribunal, que inclui André Mendonça, Kássio Nunes Marques e Luiz Fux.

