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Juro do rotativo cai para 426,9% 

Juro do rotativo do cartão caiu 5,3 pontos percentuais em agosto, para 426,9% ao ano, segundo o Banco Central  

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 81,7% (dado revisado) para 82,8%  (Pixabay)  

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 5,3 pontos percentuais de julho para agosto, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 27 de setembro. A taxa passou de 432,2% (dado revisado) para 426,9% ao ano. No caso do parcelado, saltou de 178% para 182% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 81,7% (dado revisado) para 82,8%.

O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida, caso os bancos não chegassem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Como não houve consenso, o teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer no dia 3 de janeiro de 2024.

As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano. Essa taxa nem sempre é efetivada, já que os consumidores normalmente ficam “pendurados” no cartão por apenas dias ou semanas.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que a instituição não pretende descontinuar essa série histórica porque ela ainda serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também porque é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo. Para acompanhar as exigências da nova lei, o BC criou um novo indicador.

As concessões dos bancos no crédito livre caíram 1,7% em agosto na comparação com julho. No acumulado de doze meses, o crescimento foi de 15,9%. Os dados não incorporam ajustes sazonais. Para pessoas físicas, as concessões caíram 3,6%, para R$ 292,2 bilhões, e acumulam um crescimento de 14,9% em doze meses., Concessões para empresas subiram 0,5% na margem, para R$ 250,6 bilhões, e avançaram 17,2% em 12 meses.

A taxa média de juros no crédito livre atingiu 39,8% em agosto, o mesmo nível de julho, informou o Banco Central. Em agosto de 2023, o juro médio era de 43,5%. Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 52,1% para 51,9% ao ano. No segmento de pessoas jurídicas, a taxa ficou em 21,1%, o mesmo nível do mês anterior

A taxa do cheque especial subiu de 131,6% ao ano em julho para 134,3% ao ano em agosto. No crédito pessoal, a taxa cedeu de 99,2% para 95,4% ao ano no período. Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial.

A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano). Para aquisição de veículos, os juros passaram de 25,5% para 25,7% ao ano entre julho e agosto.

De acordo com o BC, o estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 1,2% em agosto ante julho, totalizando R$ 1,123 trilhão. Em doze meses até agosto, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 12,3%.

Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física avançou 1,9% em agosto, na comparação com julho, para R$ 327,305 bilhões. Em doze meses até agosto, a variação foi positiva 19,1%, segundo o Banco Central

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou julho em 47,9%, ante 47,7% em junho. O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%). Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento passou de 29,9% em junho para 30,0% em julho

Segundo os dados do BC para julho, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou o mês em 26,6%. Em junho, era de 26,2%. O recorde da série foi em junho de 2023, com 28,4% . Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda variou de 24,1% para 24,5% na passagem de junho para julho.

A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos seguiu em 4,4% de julho para agosto. A inadimplência de pessoas físicas também ficou estável de um mês para o outro, em 5,5%, assim como a taxa das empresas (2,9%).

 

 

 

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