Tribuna Ribeirão
Geral

Lockdown – Isolamento fica em 43% no primeiro dia

ALFREDO RISK

Ribeirão Preto entrou em lockdown de cinco dias à zero hora de quinta-feira, 27 de maio. Apesar do aparente ce­nário de tranquilidade, com quase tudo fechado, mais da metade da população adulta (57%) optou por não ficar em casa e foi para as ruas no pri­meiro dia de medidas mais se­veras de restrições.

Segundo o Sistema de Mo­nitoramento Inteligente (Simi­-SP) do governo de São Paulo, que acompanha 104 municí­pios com mais de 70 mil ha­bitantes, a taxa de isolamento social de anteontem ficou em 43%, acima da média dos dias úteis, que é de 40%.

Na quarta-feira (26), véspe­ra do lockdown, chegou a 39% em Ribeirão Preto. Era de 40% na terça-feira (25), mesmo índice de segunda-feira (24). Subiu para 49% no domingo (23), quando deveria ser mais elevada. Ou seja, mais da me­tade da população adulta esta­va nas ruas. O ideal, segundo a Organização Mundial de Saú­de (OMS), é de 70%.

Nesta sexta-feira (28), o ce­nário no calçadão do Centro Histórico era o mesmo de quin­ta-feira, com poucas pessoas passeando pelo local, principal­mente na área das praças XV de Novembro e Carlos Gomes e Esplanada do Theatro Pedro II.

O tráfego também foi tran­quilo nas principais ruas e aveni­das da cidade, apesar de o mo­vimento ter aumentado à tarde e nos horários de pico. Sem trans­porte público, os terminais de ônibus ficaram às moscas. Cerca de 90 mil passageiros dependem do serviço no município.

A fase de medidas mais res­tritivas da quarentena imposta pela pandemia de coronavírus vai até a meia-noite de segun­da-feira (31). Supermercados, padarias, comércio tradicional de rua, shopping centers, bares, restaurantes, lanchonetes e food trucks e trailers suspenderam o atendimento presencial.

O toque de recolher vai das 21 horas às cinco da manhã do dia seguinte.

O decreto número 118/2021 foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de se­gunda-feira (24). Também está suspenso o transporte coletivo urbano e as atividades em sa­lões de beleza, clínicas de esté­tica e barbearias.

O decreto fechou lojas de material para construção (“de­livery” foi liberado por meio de decreto baixado na quinta­-feira), óticas, escolas públicas e particulares, academias, centros e eventos esportivos, pet shops, parques, espaços culturais como cinemas, teatros, bibliotecas e museus e clubes recreativos.

O atendimento presencial está suspenso nas repartições púbicas, no Poupatempo e no Departamento Estadual de Trânsito (Detran.SP). Até se­gunda-feira, apenas os serviços emergenciais poderão funcio­nar. Na quarta-feira, o governa­dor João Doria (PSDB) anun­ciou a prorrogação da fase de transição até 14 de junho.

Hoje, nas cidades não há medidas mais rígidas, os esta­belecimentos comerciais podem atender das seis às 21 horas, des­de que respeitada a ocupação máxima de 40% da capacidade. Mas essas regras não valem para Ribeirão Preto e outras cidades da área de atuação do 13º De­partamento Regional de Saúde (DRS-XIII) que decretaram normas mais severas.

O horário permitido vai das seis às 21 horas e a ocupação de 40% também valem para as regi­ões de Barretos (DRS-V) e Fran­ca (DRS-VIII) – exceto para os municípios que também ado­taram medidas mais restritivas. No total, além de Ribeirão Preto, mais 22 prefeituras das três re­giões decretaram lockdown ou regras mais rígidas esta semana.

A partir de 15 de junho, o horário de funcionamento do comércio e dos serviços será ampliado para até as 22 horas, com ocupação máxima de 60% da capacidade prevista em alva­rá. O toque de recolher também será reduzido e passará a vigorar das 22 às duas horas.

Em Ribeirão Preto, esse avanço vai depender da evo­lução da doença e do decreto que o prefeito deverá publicar na segunda-feira (31). Porém, a possibilidade de prorrogação do lockdown não está descartada. Ao contrário. Lembrando que 3 de junho é feriado de Corpus Christi e o prefeito Duarte No­gueira (PSDB), dependendo do cenário no município, pode am­pliar o “fecha tudo”.

As medidas mais restritivas foram anunciadas mediante o aumento de casos, mortes e in­ternações por conta da covid-19. É a segunda vez no ano que a prefeitura decreta restrições além das determinadas pelo Plano São Paulo. A primeira foi de 17 a 21 de março, quando foi decretado o primeiro lockdown.

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