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Marielle: TJRJ mantém júri popular de acusados

RENAN OLAZ/CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) confir­mou nesta terça-feira, 9 de fevereiro, a decisão de levar a júri popular o policial re­formado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio de Queiroz. Ambos são acusa­dos de serem os autores do assassinato da vereadora Ma­rielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018.

O júri popular já havia sido determinado em deci­são de primeira instância em março do ano passado. No entanto, as defesas dos réus recorreram. A confirmação do júri popular se deu por unanimidade na segunda instância, em julgamento composto por três desembar­gadores: Luiz Zveiter, Denise Vaccari e Katya Monnerat.

A defensora pública do estado, Cláudia Taranto, se manifestou contrária ao re­curso apresentado pelos acu­sados. Ela citou algumas pro­vas coletadas na investigação e considerou já haver muitos indícios da autoria do crime. “Nessa fase, não se discute prova. Caberá à soberania do júri decidir sobre o que está sendo falado aqui”.

Por sua vez, o advogado Bruno Castro, que responde pela defesa de Ronnie Lessa, alegou que faltam evidências que o ligue aos assassinatos. “Desafio a acusação trazer qualquer fato concreto que coloque o Ronnie Lessa na cena do crime”, disse.

A defesa de Élcio Queiroz não se pronunciou na deci­são. Procurado pela Agência Brasil, o advogado Henrique Telles, que representa o réu, apenas confirmou que seu cliente vai a júri popular. Não cabe mais recurso da decisão. Os desembargadores consi­deraram que as provas colhi­das no processo trazem indí­cios da participação ativa dos réus no crime.

“Foram inúmeros depoi­mentos. Agora cabe ao júri popular analisar e decidir a procedência dos mesmos”, disse a magistrada Katya Monnerat. Marielle era vere­adora pelo PSOL e cumpria seu primeiro mandato. Ela e Anderson foram executados por volta de 21h30 no bairro Estácio, na região central do Rio, quando o carro onde es­tavam foi surpreendido por disparos provenientes de ou­tro veículo.

Fernanda Chaves, asses­sora da vereadora que estava junto às vítimas, sobreviveu ao ataque. A denúncia apresen­tada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foi aceita pelo TJRJ em março de 2019. Ronnie Lessa foi aponta­do como o autor dos disparos e Élcio Queiroz como o con­dutor do veículo.

Eles foram denunciados por duplo homicídio tripla­mente qualificado por motivo torpe, emboscada e sem dar chance de defesa às vítimas e por tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves. Am­bos estão presos há quase dois.

Atualmente estão em cus­tódia no presídio federal de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia. Embo­ra tenha denunciado Ronnie e Élcio como autores das duas execuções, ainda não se sabe quem foram os mandantes do crime. O MPRJ continua com a investigação aberta.

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