Tribuna Ribeirão
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Mensurando Psicologia (38): Reputação Pessoal  

José Aparecido Da Silva 

Crônica dedicada a Edmo Bernardes, amigo e um dos maiores conhecedores 

 da ciência e neurociência da comunicação 

 

O primeiro e grande obstáculo que se encontra qualquer estudioso do comportamento humano é tanto definir quanto mensurar um atributo psicológico ou constructo psicológico. Exemplos conhecidos de constructos psicológicos são: inteligência, criatividade, liderança, amor, dor, felicidade, empatia, narcisismo, reputação entre muitos outros. Todos estes constructos têm em comum que são variáveis não observáveis, que somente são mensuradas por meio de comportamentos observáveis, não podem ser medidos de forma direta e tem que ser quantificado através de algum instrumento de medida que permita organizar a experiência em categorias.  

Um destes constructos é a reputação. Termo usado arbitrariamente na literatura de gestão, e muito propagado na mídia popular, a reputação ainda é pouco conhecida psicometricamente, tanto a nível pessoal quanto a nível corporativo. Todavia, nos últimos anos, esta variável está encontrando um grande espaço no contexto da literatura sobre Comportamento e Psicologia Organizacional e, como consequência sua definição, sua mensuração e suas diferentes dimensões e fatores têm obtido um nível de concordância entre os acadêmicos da área. Também, para além da reputação pessoal, as pesquisas comportamentais têm incluído o conceito de reputação online. Com isso, a reputação, como bem colocado por Edmo Bernardes (2025) em seu livro “O Castelo de Cartas da Reputação”, Editora Target, pode ser examinada em nível corporativo e influenciada pelo ambiente online, entre indivíduos que nunca se conheceram de modo presencial. 

Explorando diferentes teorias no contexto da reputação pessoal, pesquisadores têm constatado que uma simples escala unidimensional para mensurar reputação pessoal não seria compreensiva e satisfatória para capturar a reputação completa de um indivíduo. Assim considerando, os estudiosos do comportamento nas organizações e em gestão de pessoas entendem que os indivíduos podem ter diversas reputações diferentes em uma organização. Para isso, uma escala multidimensional de reputação pessoal foi desenvolvida e validada psicometricamente. Esta escala propõe que a reputação pessoal possui três dimensões: tarefa, social e integridade. Importante é que a escala permite aos estudiosos distinguirem diferentes tipos de reputação no ambiente de trabalho e mensurá-las em função dos escores dos diferentes itens que compõem estas três diferentes dimensões da escala. 

É certo que o desenvolvimento de uma escala multidimensional de reputação pessoal ajudará pesquisadores e profissionais a compreenderem melhor os complexos e diferentes fatores que compõem o referido constructo, agregando valor aos estudos organizacionais. 

Professor Visitante da UnB-DF 

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