Tribuna Ribeirão
Justiça

Operação Houdini – Acusado de lavar dinheiro está foragido

ARQUIVO PESSOAL

A Polícia Federal vai pedir a inclusão do nome do advogado Marcelo Gir Gomes na lista da “difusão vermelha” da Polícia Internacional (Interpol). Acu­sado de lavar dinheiro desviado da prefeitura de Ribeirão Pre­to na gestão Dárcy Vera (sem partido), na suposta fraude dos honorários advocatícios, ele é considerado foragido da Justiça de Ribeirão Preto. O fugitivo foi preso preventivamente em maio de 2018, mas conseguiu um ha­beas corpus três meses depois. Gir Gomes é um dos réus na ação de lavagem de dinheiro da Operação Houdini, uma das fa­ses da Sevandija.

Ele foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organiza­do (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual (MPE), acusa­do de ajudar o advogado Sandro Rovani – preso em Tremembé desde março de 2017 – a ocultar R$ 1 milhão, dinheiro suposta­mente proveniente de propina paga pela também advogada Maria Zuely Alves Librandi. Os dois foram condenados a 14 anos e oito meses de reclusão, além de 66 dias-multa, na ação dos honorários advocatícios, e negam a prática de crimes.

A liberdade provisória do réu, no entanto, estava condicio­nada ao cumprimento de medi­das cautelares, como a proibição de deixar Ribeirão Preto, a entre­ga do passaporte às autoridades e o comparecimento a todos os atos do processo. A PF diz que rastreou os passos de Gir Go­mes e descobriu que, em 23 de abril deste ano, ele embarcou em um avião de Porto Alegre (RS) para Montevidéu, no Uruguai. Segundo o delegado Fernando Augusto Bataus, o sistema de dados acusa que ele viajou para o exterior, mas não consta uma data com o retorno dele ao país. A suspeita é de que o advogado tenha passaporte e cidadania portugueses e esteja em Portu­gal, país que tem acordo de ex­tradição com o Brasil.

Porém, com a cidadania portuguesa, Gir Gomes pode ter viajado para outro país da Europa. Bataus afirmou que um alerta será enviado pela PF à In­terpol. O escritório da família do advogado não quis comentar o assunto. A Justiça de Ribeirão Preto expediu um novo manda­do de prisão contra Gir Gomes após várias tentativas de locali­zar o réu no endereço residen­cial informado por ele. Desde abril deste ano, oficiais tentam intimá-lo, sem sucesso. Em uma das tentativas, um dos porteiros do prédio informou, em maio, que o advogado reside no local, mas que há meses não aparece no condomínio. Em cumpri­mento à ordem de prisão, a PF esteve no apartamento no Jar­dim Irajá nesta semana, mas o imóvel está vazio há cinco me­ses, segundo o delegado Bataus.

Na época em que foi solto, a defesa alegou que Gomes tem transtorno de personalidade dissocial, condição que o im­possibilita de detectar que está sendo usado como “laranja”. Os advogados também sustenta­ram que ele estava em dificulda­des financeiras. Ele é pai de três filhas menores. Este processo foi ajuizado na 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, que tem como ti­tular o juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, onde tramitam outras três ações penais da Ope­ração Sevandija.

Sandro Rovani é acusado de operar pagamentos ilícitos a agentes públicos da cidade, en­tre eles a ex-prefeita Dárcy Vera – condenada a 18 anos, nove meses e dez dias de prisão –, por meio de um recolhimento inde­vido de honorários à advogada Maria Zuely. Pagamentos inde­vidos de honorários advocatí­cios pela prefeitura teriam des­viado R$ 45 milhões dos cofres públicos. O advogado foragido tem condenação por estelionato. Todos os citados nesta reporta­gem sempre negaram a prática de crimes e dizem que vão pro­var inocência.

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