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Organizadores de Tóquio-2021 não comentam estudo que aponta recorde de gastos

© REUTERS/Denis Balibouse/Direitos Reservados

Toshiro Muto, CEO da Olimpíada de Tóquio e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), não comentou um estudo da Universidade de Oxford, que aponta que os Jogos a serem disputados ano que vem serão os mais caros da história. O levantamento feito pelo economista Bent Flyvbjerg indica que os custos atingiram US$ 15,8 bilhões (cerca de R$ 83,6 bilhões), dobrando a previsão inicial de US$ 7,3 bilhões e superando Londres-2012 com US$ 14,9 bilhões.

Os organizadores de Tóquio-2021 admitiram o gasto de US$ 12,6 bilhões, mas Flyvbjerg afirmou que os números ainda serão maiores até o início dos Jogos em 23 de julho. O encerramento está previsto para 8 de agosto.

“Bem, estou ciente do relatório na mídia. Mas não houve uma declaração oficial do comitê organizador de Tóquio”, afirmou Muto, nesta terça-feira, em entrevista coletiva on line. “Portanto, não estou em posição de fazer qualquer comentário sobre isso. Estou simplesmente confuso.”

Publicado na revista “Meio Ambiente e Planejamento A: Economia e Espaço” com o título “Regressão para a cauda: Por que as Olimpíadas explodem”, o texto revelou que o aumento dos custos da Olimpíada em Tóquio foram de mais de 200%, enquanto nas edições anteriores a média foi de 170%. Outro ponto de destaque do artigo é o fato de que os gastos continuam aumentando apesar dos cortes realizados na organização por causa da pandemia do novo coronavírus.

O vice-presidente do COI, John Coates, que supervisiona o planejamento para Tóquio, também se esquivou e não comentou o estudo. “Eu acho que tenho coisas mais produtivas para fazer com meu tempo

do que analisar esse relatório e responder a ele”, disse ao Australian Jornal Financial Review nesta terça-feira.

Flyvbjerg obteve uma resposta semelhante do COI quando o relatório foi publicado não oficialmente há alguns dias. O COI criticou seu trabalho, questionou os números e metodologia. Em resposta, o economista enviou uma carta aberta ao presidente do COI, Thomas Bach, oferecendo detalhes, mas não obteve retorno.

Na carta, Flyvbjerg afirmou que os Jogos exigem muito financeiramente das cidades e que no futuro muitos locais vão se negar a organizar as competições por causa da dívida alta que assumem. Segundo ele, o COI deveria pagar pelo menos 10% do valor que excede o orçamento inicial.

“Somos grandes fãs dos Jogos e esperamos que o COI consiga torná-los novamente atraentes para as cidades-sede, principalmente por ajudar a efetivamente reduzir custos e estouros de custos”, escreveu Flyvbjerg. “Isso deveria ter acontecido anos atrás, em nossa opinião, mas antes tarde do que nunca.”

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