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Pedro II vai dispensar agendamento  

Lustre de cristal Gota d’Água, obra de arte de Tomie Ohtake (1913-2015), passa por serviços de limpeza e manutenção   

Após cinco anos, o Theatro Pedro II, patrimônio da cidade de Ribeirão Preto, abrirá suas portas ao público sem necessidade de agendamento (Luís Fernando Gonzaga)

Começou nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, mais um processo de limpeza e manutenção do lustre de cristal Gota d’Água, obra de arte de Tomie Ohtake (1913-2015), artista plástica japonesa naturalizada brasileira. A peça é yuma das atrações do Theatro Pedro II – terceiro maior teatro de ópera do Brasil, referência histórico-cultural para a região de Ribeirão Preto. 
 
O prefeito Ricardo Silva (PSD) e a presidente da Fundação Dom Pedro II, Flávia Garcia Chiarello, acompanharam a operação. Todo o trabalho deve durar três dias e marca o encerramento do recesso de início de ano (janeiro e fevereiro) para serviços de manutenção no teatro.  
 
Entre os serviços realizados estão limpeza do prédio, aspiração e calafetação do palco, reparos nas varas de iluminação e cênicas, troca de lâmpadas, marcenaria, restauração de pintura e boca de cena, manutenção hidráulica e revisão do sistema elétrico. 
 
A manutenção do Theatro Pedro II é essencial para garantir que o espaço esteja pronto para receber o público, que retorna no próximo mês com o início da temporada 2025”, afirma Flávia Garcia Chiarello. Ricardo Silva anunciou ainda uma novidade. 
 
Agendamento – Após cinco anos, o imóvel, patrimônio da cidade, abrirá suas portas ao público sem necessidade de agendamento. “A partir deste ano, todas as terças e quintas-feiras, nos períodos da manhã e da tarde, qualquer pessoa poderá visitar o Theatro Pedro II. Basta chegar e entrar”, destaca. 
 
O lustre é uma das mais importantes peças do teatro e foi instalado no centro do teto quando o prédio foi restaurado, na década de 1990. O objeto será içado novamente até quinta-feira (27). Com 1.400 quilos e medindo 2,7 metros de altura por 2,2 metros de largura, todo o trabalho será concluído após a limpeza de todas as lâminas de cristal e da troca de 68 lâmpadas halógenas.  
 
A cúpula também passará por limpeza e revisão da parte elétrica antes de o lustre ser içado novamente ao teto. Este trabalho deve ser feito próximo do solo para evitar acidentes com os funcionários e com a peça de arte. Em 2014, a Fundação Dom Pedro II investiu R$ 40 mil em uma talha elétrica para “baixar” a obra de Tomie Ohtake . Ricardo Silva foi o responsável por acionar o sistema eletrônico ontem. 
 
O objeto é um dos símbolos da reinauguração do Theatro Pedro II, em 19 de junho de 1996, após passar 16 anos fechado devido a um incêndio em julho de 1980. Desenhado por uma das principais artistas plásticas do Brasil, o lustre de cristal “Gota D’Água é coberto por uma cúpula de gesso estrutural, com a fixação de lâmpadas especiais que fazem suas luzes passar por entre os recortes, criando um efeito escultural único.  
 
No formato de uma gota d’água, a obra-prima de Tomie Ohtake pesa quase uma tonelada e meia e remete ao incêndio, assim como o desenho do teto (uma alusão às labaredas que lamberam o teto original), que também foi projetado pela artista, que na ocasião da restauração escalou andaimes para fazer os desenhos a lápis na base de gesso que antecedeu a versão definitiva. 
 
O Pedro II é o terceiro maior teatro de ópera do Brasil e referência histórica cultural para a região, assim como para todo o país. O prédio é tombado como Patrimônio Cultural pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e as obras são necessárias para preservação de suas características originais.  
 
O Theatro Pedro II vai completar 95 anos em 8 de outubro. É o palco principal da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (Osrp). Foi construído entre 1928 e 1930 a pedido do advogado João Alves Meira Júnior, um dos fundadores da Cia. Cervejaria Paulista.  
 
O projeto foi elaborado pelo arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior, e a parte estrutural da construção coube à empresa alemã Kemmitz. Em 15 de julho de 1980, durante a exibição do filme “Os Três Mosqueteiros Trapalhões”, um incêndio destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior, incluindo-se o teto. 
 
Na fase de reforma, a cúpula metálica da plateia principal foi reconstruída pela artista plástica Tomie Ohtake e a caixa cênica foi rebaixada em seis metros. Foi criado um subsolo com mais dois níveis: espaços para serviços de apoio artístico, oficina de cenário, carpintaria e almoxarifado técnico. Os ferros retorcidos na cúpula do teatro são uma alusão às chamas do incêndio de 1980, ideia de Tomie Ohtake. 
 

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