Tratores que escavavam um projeto habitacional financiado pelo Egito na Faixa de Gaza acabaram desenterrando as ruínas de uma tumba que remonta à Era Romana, revelaram autoridades do Hamas.
De acordo com o Ministério do Turismo e Arqueologia palestino, suas equipes apreenderam objetos descobertos na tumba e pediram que as obras fossem interrompidas.
Relatos da mídia local dão conta de que pessoas, algumas delas usando carroças, saquearam muitos artefatos do local no noroeste da cidade de Gaza. Moradores da área disseram que objetos arqueológicos, incluindo tampas de caixões e tijolos inscritos, foram encontrados uma semana antes do anúncio do ministério.
Maioria dos tesouros arqueológicos na Faixa de Gaza são desprotegidos
Gaza, um enclave costeiro que abriga mais de 2 milhões de pessoas, é conhecida por sua rica história decorrente de sua localização em antigas rotas comerciais entre o Egito e o Levante.
No entanto, a ocupação israelense, um bloqueio, conflitos e um rápido crescimento urbano no território lotado e estreito estão entre as razões pelas quais a maioria dos tesouros arqueológicos de Gaza não foram protegidos.
Um arqueólogo independente revelou ter visto fotos que sugerem que o local era um cemitério que remonta ao final da era romana ao início do período bizantino, há 1.600 anos.
“Elas indicam que um templo romano ou uma igreja bizantina estão por perto”, disse o especialista, que falou sob condição de anonimato à agência de notícias Associated Press.
Na semana passada, autoridades do Hamas, o grupo militante que tomou o controle de Gaza à força da Autoridade Palestina em 2007, patrocinaram a inauguração de uma igreja bizantina do século V que foi restaurada por organizações não-governamentais locais e internacionais para abrigar um museu.
Curiosamente, as mesmas autoridades, em 2017, destruíram grande parte de um assentamento canaanita que data de 4.500 anos para abrir caminho para projetos habitacionais para seus próprios funcionários.
Via Olhardigital