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PRÉDIO EM SP – Curto-circuito foi a causa de incêndio

A Polícia Civil concluiu que o in­cêndio no Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, na madrugada de terça-feira, 1º de maio, foi causado por um curto-circuito num apartamento no quinto andar do prédio. Estavam ligados na mesma tomada uma geladeira, um micro­-ondas e uma televisão.

Na tarde desta quinta-feira (3), a polícia ouviu o depoimento de Walquí­ria Camargo do Nascimento, moradora do apartamento onde o fogo começou. Uma das filhas dela, Maria Cecilia, está internada em estado grave na UTI do Hospital das Clínicas. Seu marido, Pedro Lucas Ribeiro, que também estava no cômodo, está internado na Santa Casa.

Testemunha-chave do incêndio, Walquíria Nasciomento só foi localiza­da nesta quinta-feira com o auxílio de testemunhas ouvidas no 3° Distrito Policial, que investiga o caso. Segundo as pessoas interrogadas, o incêndio começou no apartamento 55 do edi­fício de 24 andares e se alastrou pelo prédio rapidamente.

Ribeiro não teve condição de prestar depoimento porque está en­tubado no hospital, incapaz de falar. A mulher também teria inalado os gases durante o incêndio e, em razão disso, está utilizando uma máscara para auxiliar sua respiração.

A Polícia Civil decidirá agora em relação à culpabilidade sobre o episó­dio. Nenhuma das lideranças do Mo­vimento de Luta Social por Moradia (MLSM) se apresentou para prestar esclarecimentos à polícia desde o aci­dente, e moradores relatam que eles também não foram vistos em frente o edifício após a tragédia.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo Gianpaolo Poggio Smanio negou que tenha sido um erro o pedi­do de arquivamento do inquérito que apurava possíveis riscos à segurança no edifício. “Não se trata de erro, se trata de laudos, análises dos momentos em que elas ocorrem. É preciso olhar os proces­sos, os procedimentos como um todo”, disse. Ele revelou que o inquérito, que não chegou a ser arquivado, vai apurar o que ocorreu.

O inquérito instaurado pela Polícia Civil também vai investigar cobranças feitas a moradores de outras ocupa­ções da cidade. A informação foi dada pelo secretário da segurança pública, Mágino Alves Barbosa, na tarde desta quinta-feira (3). “(O inquérito) é para apurar cobranças. Vamos investigar as associações e não os movimentos que promovem as ocupações. Investigar as associações que exploram moradores das ocupações”, explicou Barbosa.

A União, proprietária do imóvel que desabou, pediu à Polícia Federal que investigue a cobrança de eventuais taxas de aluguel dos ocupantes, seus responsáveis e motivações. Todos os moradores consultados relataram que pagavam “aluguel” entre R$ 100 e R$ 350 por mês. Segundo afirmam, a taxa era usada para custear produtos de lim­peza, além de advogados que atuam para o movimento.

Segundo Smanio, os movimentos teriam aceitado a realização de vistorias técnicas em 70 edifícios da cidade, a maioria em propriedades privadas. “De­pois vai haver um relatório sobre todos esses lugares, daquilo que está aconte­cendo, e depois um plano de ação que vai ser feito, prefeitura, Ministério Pú­blico, todos os envolvidos, também tem participação da Defensoria (Pública), dos movimentos sociais, para que pos­sam avançar nessas questões, que são complexas.” Ele evitou determinar um prazo e disse que tudo vai ser realizado “o mais rapidamente possível”.

Quatro pessoas estão oficialmente desaparecidas: uma mãe, Selma Almei­da da Silva, de 48 anos, e dois filhos gê­meos (Welder e Wender, de 9 anos) que estariam no 8° andar. A quarta vítima foi identificada como Ricardo Amorim, de 30 anos, que estava sendo resgata­do no momento em que o edifício ruiu.

Segundo os bombeiros, ao todo 49 pessoas que viviam no prédio ainda não se apresentaram. No local havia 317 moradores de 118 famílias, segundo o governo municipal.

Quarenta e oito horas após o in­cêndio que consumiu e derrubou o edi­fício, o Corpo de Bombeiros começou a usar, na madrugada desta quinta-feira (3), máquinas pesadas para retirar es­combros da região central do terreno, visando a tornar mais ágil a atividade de busca por vítimas. Até agora, essas má­quinas faziam a limpeza do entorno da área, enquanto buscas manuais e com cães farejadores eram realizadas.

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