Por: Adalberto Luque
Os quatro homens presos na Grande São Paulo, na noite desta quarta-feira (24), por envolvimento no assalto cinematográfico praticado em um prédio de alto padrão no Centro, chegaram a Ribeirão Preto na noite desta quinta-feira (25).
Dois dos suspeitos foram presos em Itapecerica da Serra, enquanto outros dois acabaram detidos na estação Sé, do Metrô, no Centro da Capital. Eles passaram por audiência de custódia antes de seguir viagem. Os quatro integram o núcleo financeiro.
A Polícia Civil já identificou sete suspeitos de envolvimento com o crime. Apenas uma está foragido, Júlia Moretti de Paula, de 21 anos, integrante tanto do núcleo logístico, quando do operacional, aqueles que praticaram o assalto.

Júlia teria alugado o apartamento no 13º andar do prédio, usando documentos falsos. Ela usou RG falsificado, em nome de Carolina. Ela teria tentado pagar os R$ 12,6 mil da caução em dinheiro, mas a imobiliária orientou que a transferência fosse feita através de PIX ou boleto bancário.
Fabiana de Paula Fernandes Miranda fez então a transferência via PIX. Segundo a Polícia Civil, ela integra o núcleo logístico da quadrilha e foi presa pouco depois que o assalto foi comunicado.
À frente das investigações, o delegado André Baldochi, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) estima que cerca de R$ 4 milhões tenham sido levados em joias, dinheiro e PIX dos seis apartamentos roubados entre os 15 do condomínio.
Investigações
A Polícia Civil iniciou imediatamente as investigações e Fabiana foi a primeira detida. Outro preso em Ribeirão Preto foi Pablo Rodrigues Cardoso, que também integra o núcleo logístico. Os dois foram detidos pouco tempo depois que o assalto foi comunicado à Polícia Civil.

No período da noite, dois homens foram presos em Itapecerica da Serra e outros dois no Centro da Capital. Eles passaram a noite na cadeia pública de Santa Rosa de Viterbo e foram interrogados na manhã desta sexta-feira (26).
Em entrevista à imprensa, um dos homens disse que eles viram anúncio oferecendo 15% para usar conta corrente em transações efetuadas. Eles alegam que não sabiam se tratar de dinheiro obtido em assalto.
Eles alegam terem sido induzidos a pensar que se tratava de dinheiro envolvendo apostas online. Os advogados de Fabiana e Pablo disseram que não iriam se manifestar no momento. As defesas dos quatro suspeitos presos na Grande São Paulo não foram encontradas.

Na manhã desta sexta-feira, policiais militares encontraram dois dos carros usados pela quadrilha, o VW Fox e o Fiat Argo, ambos brancos. Eles foram queimados em uma estrada rural, na zona Norte de Ribeirão Preto, entre o bairro Cristo Redentor e o distrito de Cruz das Posses, de Sertãozinho. As buscas pelos demais integrantes da quadrilha, principalmente os que participaram do núcleo operacional, que praticaram o assalto, prosseguem.
Entenda o caso
Na manhã de quarta-feira (24), cerca de 10 homens fortemente armados renderam moradores e funcionários de um condomínio de alto padrão na rua Campos Salles, Centro de Ribeirão Preto. O prédio tem 15 andares e um apartamento por andar.

Pelo menos quatro integrantes passaram a noite em um apartamento alugado, no 13º andar. Pela manhã, renderam zelador, porteiro, empregadas domésticas e moradores que desciam para a garagem. Depois subiam com as vítimas para os apartamentos, onde faziam os roubos e transferência via PIX usando celulares das vítimas.
O prejuízo dos moradores pode passar de R$ 4 milhões. Uma das hipóteses investigadas é que os criminosos receberam informações privilegiadas e que um dos apartamentos que não foram roubados era o principal alvo, mas o morador não foi encontrado.
Pouco antes das 09h30, o grupo fugiu nos três carros, dois encontrados nesta sexta-feira já queimados e o outro, CaoaChery Tiggo azul escuro, foi encontrado ainda na quarta-feira, na garagem de um prédio da rua Itaguaçu, Ipiranga, zona Norte de Ribeirão Preto, usado como base de apoio para parte dos assaltantes.
No apartamento foram encontrados vários objetos usados no assalto, como armas, perucas, capuzes, além de joias, dinheiro e celulares. As buscas se intensificam para identificar outros membros do núcleo operacional. Apenas Júlia foi identificada, mas ela segue foragida. Segundo informações, a suspeita seria de Araçatuba.

