O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – prévia da inflação oficial no país – desacelerou de 0,64% em março para 0,43% em abril, 0,21 ponto percentual abaixo ao do mês anterior, após registrar taxas de 1,23% em fevereiro, 0,11% em janeiro, 0,34% em dezembro, 0,62% em novembro e 0,54% em outubro, informou nesta sexta-feira (25) ) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em abril de 2024, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,21%. Já havia registrado altas de 0,13% em setembro, 0,19% em agosto, de 0,30% em julho, 0,39% em junho, 0,44% em maio e 0,36% em março. Antes, disparou 0,78% em fevereiro, ante elevação de 0,31% em janeiro do ano passado.
A alta de 0,43% é a mais branda desde janeiro. Considerando apenas os meses de abril, é a mais elevada para o mês desde 2023, quando subiu 0,57%.
Com o resultado anunciado nesta sexta-feira, o IPCA-15 acumula alta de 2,43% no ano, ante 1,99% até março e 1,34% até fevereiro e acima do índice de 1,67% registrado em igual período de 2024.
A taxa em doze meses acelerou pelo terceiro mês consecutivo e está em 5,49%, ante 5,26% até março. É a mais alta desde fevereiro de 2023, quando alcançava 5,63%. Está acima teto da meta do Banco Central, que é de 3% em 2025, com variação de 1,5 ponto percentual para mais (4,50%) ou para menos (1,5%) –, 0,99 ponto percentual acima. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 encerrou o ano passado em 4,71%.
Os gastos com Saúde e cuidados pessoais passaram de 0,35% em março para 0,96% em abril, contribuição de 0,13 ponto percentual. Houve pressão dos aumentos nos itens de higiene pessoal (1,51%), nos produtos farmacêuticos (1,04%, após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março) e no plano de saúde (0,57%).
Habitação – Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de elevação de 0,37% em março para aumento de 0,09% em abril, contribuição de 0,01 ponto percentual. A energia elétrica residencial recuou 0,09% em abril, após o avanço de 0,43% visto em março.
Alimentação – O gasto das famílias brasileiras com alimentos subiu em abril pelo oitavo mês consecutivo. O grupo Alimentação e Bebidas teve elevação de 1,14% em abril, resultando numa contribuição de 0,25 ponto percentual para a taxa de 0,43%. O encarecimento da alimentação respondeu por cerca de 60% de todo o IPCA-15.
A alimentação no domicílio avançou de 1,25% em março para 1,29% em abril. Houve aumentos no tomate (32,67%), café moído (6,73%) e leite longa vida (2,44%). A alimentação fora do domicílio aumentou 0,77%, ante 0,66% em março. A refeição fora de casa subiu 0,50% (contra 0,62% do mês anterior), e o lanche avançou 1,23% (foi de -0,68% em março).
Transportes – Os gastos das famílias com Transportes passaram de elevação de 0,92% em março para queda de 0,44% em abril, contribuição de -0,09 ponto percentual. Os combustíveis recuaram 0,38%, ante alta de 1,88% em março.
Houve reduções nos preços do etanol (-0,95%, ante alta de 2,17% no mês anterior), do gás veicular (-0,71%, contra aumento de 0,08% em março), do óleo diesel (-0,64%, subiu 2,77% em março) e da gasolina (-0,29%, ante aumento de 1,83%).
Itens – O recuo de 14,38% no custo das passagens aéreas em abril deu a principal contribuição para deter a prévia da inflação do país no mês. O subitem impactou em -0,11 ponto percentual na taxa de 0,43% registrada pelo IPCA-15 de abril. As demais principais influências negativas partiram de arroz (queda de 3,07% e impacto de -0,02 p.p.) e gasolina (-0,29% e -0,02 ponto percentual).
O aumento de 32,67% no tomate resultou na maior pressão. O subitem respondeu por uma contribuição de 0,08 ponto percentual para a taxa de 0,43%. Também figuraram no ranking de maiores contribuições o subitem café moído (alta de 6,73% e impacto de 0,04 ponto percentual).
A lista ainda traz perfume (2,49% e 0,03 ponto), plano de saúde (0,57% e 0,02 p.p.), lanche (1,23% e 0,02 ponto percentual), refeição fora de casa (0,50% e 0,02 ponto), leite longa vida e (2,44% e 0,02 ponto) e conserto de automóvel (1,02% e 0,02 p.p.).
IPCA cheio – A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 1,31% em fevereiro para 0,56% em março, corte de 0,75 ponto percentual). A taxa acumulada pela inflação no primeiro trimestre deste ano subiu a 2,04%.
O IPCA acumulado em doze meses acelerou de 5,06% até fevereiro para 5,48%A inflação oficial do país fechou o ano passado em 4,83%, contra,alta de 62% em 2023, elevação de 5,79% em 2022, aumento de 10,06% em 2021 e 4,52% em 2020, segundo o IBGE .
Grupos – Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, oito apresentam alta, com destaque para Alimentação e bebidas, que acelerou de 1,09% para 1,14% na passagem de março para abril, respondendo por 0,25 ponto percentual do IPCA-15 deste mês.
O grupo Saúde e cuidados pessoais passou de inflação de 0,35% para 0,96% no mesmo período, impacto de 0,13 ponto percentual, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os dois grupamentos juntos representam 88% da prévia de inflação do mês.
A única queda ocorreu em Transportes, com recuo de -0,44% e contribuição de -0,09 para o IPCA-15. Houve alta ainda em Despesas pessoais (0,53% e impacto de 0,06 ponto percentual), Vestuário (0,76% e 0,04 p.p.), Comunicação (0,52% e 0,02 ponto), Artigos de residência (0,37% e 0,01 p.p.), Habitação (0,09% e impacto de 0,01 p.p.) e Educação (0,06%, sem impacto)