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Quarentena – Flexibilização será decidida até dia 27

JF PIMENTA/ESPECIAL PARA O TRIBUNA.

O Grupo de Transição e Retomada Pós Covid-19 (GTR Pós Covid-19), que é formado por representantes de diversos segmentos da sociedade civil organizada de Ribeirão Preto, terá mais uma reunião neste sábado, 25 de abril, para definir se a prefeitura deve flexibilizar as regras de isolamento social determinadas nos decretos es­tadual e municipal que tratam da quarentena.

Segundo decreto número 94/2020, publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de 17 de abril, assinado pelo prefeito Duarte Nogueira Jú­nior (PSDB), a quarentena termina nesta segunda-feira, dia 27, mas o decreto estadu­al do governador João Doria (PSDB) prevê o isolamento até 10 de maio, Dia das Mães.

Nesta sexta-feira (24), o pre­feito negou o relaxamento, mas disse que avalia o retorno de al­gumas atividades não essenciais ligadas à prestaão de serviços, como salão de cabeleireiros, manicure e pedicure, clínicas de estética entre outros. Uma entre­vista coletiva está agendada para o meio-dia de segunda-feira, no Palácio Rio Branco.

Na tarde desta sexta-feira, Duarte Nogueira participou de reunião por videoconferên­cia com o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, gestores de ou­tros 170 municípios paulistas e os pesquisadores Júlio Croda, do Comitê Estadual de Con­tingenciamento da Covid-19, e Carlos Magno Fortaleza, da Universidade Estadual Pau­lista (Unesp) de Botucatu.

Durante quase duas horas, foram discutidas as situações dos municípios após a adoção de medidas de enfrentamento da pandemia do novo coro­navírus, dados sobre a con­taminação da população no interior do estado, da taxa de letalidade e de ocupação dos leitos de terapia intensiva, bem como a viabilidade de flexibi­lização das medidas de isola­mento após o dia 10 de maio.

A orientação passada pelos pesquisadores foi para que os gestores municipais mante­nham o nível de responsabili­dade na tomada de decisões, levando em consideração a es­trutura do sistema de saúde de cada cidade e da macrorregião onde está inserida, especial­mente a quantidade de leitos de UTI, e a capacidade de pro­moção de testagem da popula­ção, tanto pelo teste molecular, para detectar casos agudos, quanto pelo teste rápido, que detecta anticorpos.

Duarte Nogueira apresen­tou dados locais da covid-19, como a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que chegou a 30% e hoje é de 18% do total disponível, assim como o nú­mero de casos da doença na cidade, que soma 241 conta­minados e seis óbitos.

“Em Ribeirão Preto, fomos muito previdentes e adotamos as medidas de distanciamento social antes mesmo do governo do estado. Estamos seguindo à risca todas as medidas, sempre à luz da ciência. No entanto, esta­mos nos preparando para fazer adequações, respeitando regras legais e princípios hierárquicos em vigência, até porque nossa curva continua linear, estável, extremamente suave e leve”, disse o chefe do Executivo.

“O nosso objetivo é estabe­lecer medidas para minorar os efeitos da pandemia na cidade para que, junto ao comitê téc­nico de contingência, possa­mos anunciar até a próxima semana quais adequações poderemos fazer, sempre com o objetivo de preservar vidas, seguindo os protocolos de distanciamento e uso de máscaras para evitar a trans­missão”, ressaltou.

Já o governador João Doria (PSDB-SP) mostrou-se pre­ocupado com a taxa de iso­lamento social registrada na quinta-feira (23) no estado, de 48%. Para a última quarta­-feira, dia 22, o governo havia calculado o mesmo índice, in­suficiente, segundo o tucano, para manter o plano de flexibi­lização da quarentena que tem previsão para iniciar no dia 11 de maio. Ele afirmou que, para realizar o relaxamento, a taxa mínima de isolamento da po­pulação deve permanecer em, pelo menos, 50%.

Segundo o Sistema de Mo­nitoramento Inteligente (Simi­-SP), que avalia a taxa de iso­lamento social em 104 cidades paulistas com mais de 70 mil habitantes, em Ribeirão Pre­to a adesão chegou a 41% na quinta-feira. Nas outras cida­des da região os índices foram de 47% em Barretos, 55% em Bebedouro, 46% em Jabotica­bal, 41% em Franca e de 50% em Sertãozinho. O ideal é 70% e o aceitável, de 50%.

Na quinta-feira (23), o iso­lamento em Ribeirão Preto também era de 41%, bem abai­xo dos 70% recomendáveis e dos 50% aceitáveis. Nas outras cidades da região onde o Simi­-SP faz o levantamento os índi­ces foram de 46% em Barretos, 55% em Bebedouro, 45% em Jaboticabal, 42% em Franca e de 50% em Sertãozinho. O ide­al é 70% e o aceitável, de 49%. O Ministério Público Estadu­al recomenda aos municípios que sigam o decreto estadual para não incorrer em improbi­dade administrativa.

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