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Simpósio Internacional destaca importância da formação humana no cotidiano

Evento reúne dias 29 e 30, na Faculdade de Direito da USP, especialistas e comunidade para discutir práticas contra a desumanização (USP)

Em uma era marcada pela crescente desumanização da sociedade, o Programa Grupo Comunitário de Saúde Mental realiza seu evento anual com o tema “A Formação da Pessoa Humana no Cotidiano”, trazendo à tona discussões cruciais sobre a formação humana e a saúde mental.

O evento, aberto ao público, ocorre nos dias 29 e 30 de novembro, no auditório da Faculdade de Direito da USP. Ele se desenvolve em duas frentes: um Simpósio Internacional e um Encontro Comunitário. Ambos visam criar um espaço de diálogo entre acadêmicos, profissionais e a comunidade em geral. “Nosso objetivo é valorizar o percurso de construção da pessoa e da comunidade, contrapondo-nos às tendências desumanizadoras da sociedade atual”, afirma Sérgio Ishara. Para participar é necessário fazer inscrição https://grupocomunitario.com.br/.

O Simpósio Internacional contará com a participação de docentes e pesquisadores das áreas de saúde, educação e cultura. A programação inclui apresentações de estudos recentes e paineis de discussão, proporcionando um ambiente rico para o aprendizado e a reflexão. “É uma oportunidade única de troca de conhecimentos entre especialistas e público”, destaca.

Paralelamente, o Encontro Comunitário se apresenta como um espaço para o compartilhamento de experiências vividas ao longo do ano. Este formato inovador permite que os participantes sejam protagonistas na construção da comunidade e na promoção da saúde mental. “Acreditamos que as experiências cotidianas são fundamentais no processo de formação humana, e queremos dar voz a essas histórias”, explica Ishara.

A iniciativa do Programa Grupo Comunitário de Saúde Mental tem ganhado reconhecimento por seu enfoque na formação humana a partir das vivências diárias. “Em um mundo cada vez mais digital e impessoal, voltar o olhar para o cotidiano e para as relações humanas é essencial”, comenta.

Leia entrevista com o professor Sérgio Ishara, um dos organizadores do evento
Sérgio Isharal

Marcos de Assis: Na sua opinião, a sociedade está mais humana ou mais desumana atualmente?
Sérgio IsharaI: A impressão é que estamos em um mundo mais difícil, com sinais marcantes de violência, seja contra os outros ou contra si mesmo (no caso do suicídio). Parece que a sociedade está mais desumana, o que indica que há muito trabalho a ser feito.

MA: É possível ter momentos de realização e felicidade no dia a dia?
SI: Sim, é possível ter momentos de realização e felicidade no dia a dia. Não se trata de estar sempre alegre ou sem problemas, mas de encontrar um sentido mesmo durante as dificuldades, doenças ou trabalhos árduos. A felicidade pode ser entendida como um processo, um caminho onde, ao longo do dia, percebemos que estamos vivos, mesmo diante das dificuldades.

MA: Existe alguma “receita” para manter a humanidade no cotidiano?
SI: Existem algumas coisas que podem ajudar:

Não perder de vista a si mesmo, manter contato com quem somos. Não se distanciar demais dos outros e da realidade. Buscar encontrar, no meio das dificuldades do dia a dia, algo que corresponda às nossas necessidades. Manter-se aberto para os acontecimentos, as pessoas e as experiências que podem nos alimentar.

MA: Quais são os principais desafios para combater a desumanização?
SI: Os principais desafios incluem:

Falta de tempo, sobrecarga de atividades, distanciamento de nós mesmos devido à sobrecarga e falta de apoio e ajuda

MA: O processo de recuperação da humanidade é individual ou coletivo?
SI: O processo de recuperação é sempre coletivo. Precisamos de ajuda, seja de um médico, um amigo, um vizinho, a família ou a comunidade. Não conseguimos nos erguer sozinhos, sempre precisamos da ajuda dos outros.

MA: O que acontecerá no 5º Simpósio Internacional e 27º Encontro Comunitário de Saúde Mental?
SI: O evento terá duas partes principais:

No dia 29, haverá contribuições de estudiosos, incluindo a professora Mariangeles Almacelles, de Madrid, que falará sobre as contribuições do filósofo Alfonso Lopes Quintas, a formação humana por meio do cinema e da literatura. No dia 30, o foco será em compartilhamentos de experiências de vida no cotidiano, vividas por pacientes, pessoas da comunidade e profissionais de saúde.

MA: O evento é aberto ao público?
SI: Sim, o evento é aberto ao público em geral, profissionais e estudantes. Será realizado em formato híbrido, permitindo participação presencial e online, inclusive de pessoas de outras cidades, estados e até países.

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