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Superlotação barra pacientes no HC

ALFREDO RISK

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universida­de de São Paulo (HC-FMRP/ USP) anunciou nesta terça-fei­ra, 26 de abril, a suspensão do atendimento de regulação de novos pacientes na Unidade de Emergência, o HC Centro, na rua Bernardino de Campos, devido à superlotação de leitos.

Um ofício foi enviado às secretarias municipais de Saú­de dos 26 municípios que fazem parte do 13º Depar­tamento Regional de Saúde (DRS-XIII), à Central de Re­gulação de Ofertas de Servi­ços de Saúde (Cross) e à 13ª Rede de Atenção à Saúde (RAS-13), que envolve cida­des das regiões de São Carlos, Araraquara e Franca.

Além disso, mensagens via WhatsApp foram enviadas no Grupo de Urgência e Emer­gência. O ofício é assinado pelo diretor de Atenção à Saú­de da UE, José Paulo Pintya; pela assessora técnica de Saúde Pública, Eliane Emiko Takita; e pelo coordenador administra­tivo da Unidade de Emergên­cia, Carlos Henrique Miranda.

No texto, dizem que a situ­ação da unidade é “calamitosa”. “Compreendemos que estas medidas são extremas, porém, se não adotadas, levarão a consequências imensuráveis e irreversíveis à saúde de pacien­tes. Solicitamos que os aten­dimentos sejam direcionados a outros hospitais da rede ou mesmo que haja a contratação de serviço da rede privada, em caráter extraordinário”, citam.

Na tarde de ontem, seis pa­cientes aguardavam vagas em ambulâncias que estavam no pátio do hospital, antes de a administração da Unidade de Emergência fechar o portão de acesso aos veículos. No comu­nicado distribuído à imprensa, o HC diz que a ocupação na sala de urgência adulta era de 314%, o maior índice da histó­ria de 66 anos da UE.

A ala tem 24 leitos, mas mantinha 75 pacientes nesta terça-feira. Além disso, a re­cepção da Unidade de Emer­gência passou a operar como setor para medicação. Várias macas foram instaladas no lo­cal. Porém, o hospital alega que mesmo assim muitos pacientes foram regulados na condição de vaga zero, ou seja, em caso de urgência, conforme regula­ção de 2014 do Conselho Fe­deral de Medicina (CFM).

A situação fez com que pacientes ficassem espalhados por alas da unidade, inclusive na recepção. Depois, a ocu­pação caiu para 204%, com 48 pacientes em atendimento. Em nota, a Secretaria da Saú­de do Estado de São Paulo diz que mantém diálogo com os gestores regionais e auxilia a regional de Saúde buscando soluções para atendimento de toda a população.

“Em dezembro de 2021, a pasta estadual repassou ao Hospital das Clínicas de Ri­beirão Preto R$ 33 milhões para contratações de 416 pro­fissionais de saúde e amplia­ção da assistência na região. A autorização/habilitação de leitos de UTI não é prerroga­tiva exclusiva do Estado, mas também do Ministério da Saúde e municípios”, informa a pasta no comunicado.

Inaugurado em 1956, o HC Centro é uma unidade espe­cializada em urgências e emer­gências desde 1970, após a construção da segunda unida­de no campus da USP, na Vila Monte Alegre, na Zona Oeste. Em 2002, a UE operava com 162 leitos e, hoje, 20 anos de­pois, o número subiu para ape­nas 176. Sessenta por cento dos atendimentos são de Ribeirão Preto e 40% da macrorregião.

Prefeito pede nova unidade ao Estado
Em 12 de abril, o prefei­to Duarte Nogueira (PSDB) encaminhou ofício ao gover­nador Rodrigo Garcia (PSDB) pedindo a construção de uma nova Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto. A notícia foi publicada na edição do Tribuna do dia 13.

Com base na publicação, a deputada estadual Maria Izabel Azevedo Noronha, a Profes­sora Bebel (PT), apresentou, à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), indicação ao go­vernador reforçando o pedido de Duarte Nogueira. “Por ser a cidade central das regionais, permite também a implanta­ção do transporte aeromédico (helicóptero) de emergências na região”, diz o prefeito de Ribeirão Preto.

O projeto ainda contempla a proposta de área em que pode ser construído o novo hospital, pertencente ao governo do Estado, localizada próximo ao 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII) de Ribeirão Preto. Tem área total apro­ximada de 111.156 metros quadrados e fica entre as ave­nidas Independência e Adelmo Perdizza.

Com 956 funcionários, o hospital realiza cirurgias e atendimentos de pacientes graves e crônicos como em casos de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), enfartes e traumas, e, em alguns casos, é a principal referência em exa­mes como tomografias com­putadorizadas, hemodinâmicas e procedimentos vasculares.
Junto ao ofício enviado a Rodri­go Garcia por Nogueira também consta a proposta do projeto de construção da nova unidade.

Tem dimensões de oito a dez vezes maiores do que as atuais. O documento é assina­do também por professores da USP de Ribeirão Preto. Entre eles estão o superintendente do HCFMRP, Benedito Carlos Maciel, os diretores, Antonio Pazin Filho, Carlos Henrique Miranda, José Paulo Pintya, Maurício Godinho e o ex-se­cretário municipal de Saúde e atual chefe da Divisão de Cirur­gia de Urgência do HC, Sandro Scarpelini.

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