Ribeirão Preto soma 1.172 ataques de escorpião em oito meses deste ano, média de um caso a cada cinco horas, segundo dados do painel da Secretaria Municipal da Saúde. Em comparação com os 874 do mesmo período de 2024, são 298 a mais e crescimento de 34,10%. Aumentou na passagem de julho para agosto, de 134 para 144. São dez a mais e alta de 7,46%. A cidade ainda registrou 147 ocorrências em janeiro, 197 em fevereiro, 192 em março, 129 em abril, 114 em maio e 115 em junho.
Na comparação interanual, entre os meses de agosto, são 43 a mais em 2025, alta de 42,57%, passando de 101 em 2024 para 144 em 2025. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano passado, a Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) registrou 1.502 ataques de escorpião em Ribeirão Preto (quatro por dia), contra 2.037 de 2023. São 535 a menos e queda de 26,26%.
Ribeirão Preto encerrou 2023 com recorde absoluto de ocorrências envolvendo ataques de escorpião. Pela primeira vez, o total superou a barreira de dois mil casos. A média ficou em cinco por dia. Foram 1.808 em 2022, alta de 12,67% no ano seguinte e 229 a mais. Em 2021 foram 1.639. No ano passado foram 144 em janeiro, 105 em fevereiro, 148 em março, 98 em abril, 85 em maio, 88 em junho, 105 em julho, 101 em agosto, 134 em em setembro, 168 em outubro, 189 em novembro (recorde de 2024) e 137 em dezembro.
Desde 1º de janeiro de 2020 e até o último dia 31 de agosto foram registrados 9.826 casos em Ribeirão Preto. Junho, julho e dezembro de 2014 e fevereiro e abril de 2018 são os períodos mensais com menos ocorrências: seis em cada. O ano com menor número de ataques foi 2014, com 128, seguido por 2013, com 144. Em 2020, o primeiro ano da pandemia de coronavírus, foram 1.668, quando muita gente ficou em casa por causa dos lockdowns. Em 2019 ocorreram 1.534.
Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e da Devisa. Desde 2012, Ribeirão Preto já registrou 13.263 ocorrências envolvendo escorpiões, duas por dia. Porém, até 2019, quando foram constatados 1.534 casos, não havia ultrapassado a barreira dos três dígitos.
Ribeirão Preto fechou 2023 com duas mortes por ataque de escorpião. Um menino de seis anos morreu em 19 de agosto, após ter sido picado por um escorpião dentro de seu quarto, na cama, na Vila Carvalho, Zona Norte da cidade. Um mês antes, em 19 de julho, uma menina de quatro anos morreu após ataque no Jardim Jandaia, na mesma região. Em treze anos, foram constatados, em Ribeirão Preto, seis óbitos em decorrência de picadas de escorpião: um em 2018, outro em 2020, dois em 2021 e dois em 2023.
A espécie de escorpião mais comum nas cidades é a “Tityus serrulatus”, conhecido como “escorpião amarelo”. Trata-se de um tipo urbano, frequentador de esgotos ou redes pluviais, e considerado o mais perigoso da América Latina. Para não correr risco de morte, a pessoa tem de ser atendida em, no máximo, quatro horas. É preciso tomar soro contra o veneno e analgésico para aliviar a dor.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde informa que em todo caso de acidente com animal peçonhento a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação médica. Caso seja necessário, o posto ou hospital deverá encaminhar o paciente para avaliação da toxicologia e necessidade de aplicação do soro antiescorpiônico, de acordo com a gravidade.
O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões. O clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Eles habitam o meio urbano e se alimentam principalmente de baratas, portanto, são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo. Escondem-se em calçados e sobem em camas.

